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TELES
Promotor pede dado sobre preço
Aquisição da Oi pela Telemar será apurada
JULIANA RANGEL
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O Ministério Público do Rio pediu ontem que a Telemar esclareça os critérios que usou para calcular o preço de aquisição da Oi,
operadora de telefonia celular.
Em maio, a Telemar adquiriu a
Oi por R$ 1, assumindo uma dívida de R$ 4,7 bilhões ao seu balanço. A vendedora foi a Telemar
Norte Leste Participações, holding da própria Telemar.
Dependendo da resposta que
receberem da empresa, os promotores Rodrigo Terra e Júlio
Machado irão avaliar se instauram ou não um inquérito para
apurar possíveis irregularidades.
"Queremos verificar se a aquisição prejudicou os acionistas da
Telemar. Se forem constatadas irregularidades, vamos instaurar
um inquérito e, se necessário, entrar com uma ação civil pública
contra a empresa", disse.
Segundo o promotor, uma
eventual ação civil poderá pedir o
cancelamento da transação ou o
ressarcimento dos supostos prejudicados.
A investigação será feita a pedido do investidor Marco Duarte,
que tem cerca de R$ 700 mil em
ações da Telemar. Ele alega que
outras operações recentes, como
a venda do controle da Tele Centro-Oeste Celular para a Telesp
Celular, envolveram cifras menores, apesar de a empresa ter uma
base mais consolidada de clientes.
Segundo a analista Carolina Gava, do BES Investimento, o preço
de venda da Tele Centro-Oeste,
na época, correspondeu a R$
1.725 por assinante. Já o valor pago pela Oi (considerando a dívida
assumida pela empresa) é de R$
2.380 por consumidor.
Ela explica, entretanto, que o
potencial de crescimento da Oi
para este ano é de 114%, muito
acima da média do mercado de
telefonia móvel, que deverá se expandir 15%.
"O preço de R$ 2.380 foi calculado sobre uma base de 2 milhões
de clientes. Caso a Oi alcance 3
milhões de consumidores até o
fim deste ano, o valor da operação
cai para R$ 1.584 por cliente",calcula.
A Telemar informou não ter recebido ainda uma comunicação
do Ministério Público. Segundo a
empresa, a dívida de R$ 4,7 bilhões incorporada ao seu balanço
com a compra da Oi não prejudicará os investidores porque o passivo tem um prazo de vencimento
de 12 anos. Além disso, segundo a
empresa, o negócio não alteraria a
política de distribuição de dividendos e propiciaria um benefício fiscal de R$ 1,6 bilhão.
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