DA REPORTAGEM LOCAL

A casca do café, que muitas vezes vai para o lixo, agora tem uma utilidade: alimentar o gado, com custo praticamente zero. A pesquisa é da Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais).
A casca do café, diz Adauto Barcelos, pesquisador da Epamig, não é um forrageiro, porque não pode substituir a alimentação normal. "É um resíduo agrícola que utilizamos na alimentação animal."
De acordo com o pesquisador, a casca do café tem o mesmo valor protéico que o milho, "varia de 9% a 12% de valor protéico bruto". Ela é mais usada quando o tempo está seco e falta pastagem.
O elevado custo dos insumos que compõem o concentrado para produção de leite, informa estudo da Epamig, torna o custo de produção de leite acima do seu valor de venda, já que a alimentação concentrada representa até 50% do preço do litro de leite.
Por causa da cafeína, a proporção de casca de café usada na alimentação não pode ser muito grande. Segundo Barcelos, ela tem que corresponder a, no máximo, 30% da ração concentrada -ou 600 g por 100 kg de animal vivo por dia. "Um animal de 300 kg pode consumir até 1,8 kg de casca de café por dia. Acima disso, prejudica o desempenho do animal."
Parte da casca de café obtida com a colheita volta à lavoura como composto orgânico. O problema, diz Barcelos, é que a casca de café demora para se decompor no solo. "O animal transforma a casca de café, que é de difícil decomposição, em adubo natural", diz Barcelos. (ALESSANDRA MILANEZ)


Texto Anterior: Inovação: Tangerina sem semente terá o 1º plantio comercial em dezembro
Próximo Texto: Panorâmica - Pecuária: Leilões da Feicorte batem recorde em 2003 e movimentam R$ 7,3 mi
Índice