|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Grupo tentará convencer juiz dos EUA a manter "proteção" da Varig contra credor
Fernando Donasci/Folha Imagem
|
Fila de passageiros da Gol em Congonhas (à dir.) contrasta com o movimento fraco da Varig |
DA SUCURSAL DO RIO
A ENVIADA AO RIO
Sem prova de dinheiro novo
-se a proposta do TGV for
aprovada, o grupo tem que depositar de imediato US$ 75 milhões-, será difícil convencer a
Justiça dos Estados Unidos a
prorrogar, na próxima terça-feira, a proteção aos aviões da
Varig em território americano.
Na data, o juiz Robert Drain pode inclusive determinar a devolução de parte da frota.
De acordo com o que a Folha
apurou, o TGV (Trabalhadores
do Grupo Varig) afirmou a credores que pretende enviar um
representante para tentar convencer Drain a manter a liminar nos EUA.
Já a Anac (Agência Nacional
de Aviação Civil), diferentemente do que ocorreu na última audiência nos EUA, não enviará representante.
"Nosso representante reivindicou prazo e ele concedeu [na
última audiência]. Ele concedeu um prazo fatal e encerra na
terça-feira, tem que haver um
pagamento. Não irá alguém da
Anac porque não é uma audiência, ele só deu prazo para
que se depositasse o recurso",
afirmou ontem Milton Zuanazzi, presidente da agência, após
se reunir com o juiz Luiz Roberto Ayoub, que conduz a recuperação da Varig.
Contingência
Ele confirmou que a agência
tem um plano de contingência
pronto em caso de colapso da
Varig. "Já respondi 50 vezes
que seria uma irresponsabilidade a agência não ter um plano de contingência. Mas seria
uma irresponsabilidade anunciá-lo antes [de uma eventual
paralisação da Varig]".
Entre credores e analistas do
setor, não se acredita que o
TGV tenha o dinheiro que promete. De acordo com um investidor em potencial que na semana passada acessou o data
room (divulgação de informações sobre a Varig a interessados que precedeu o leilão), apenas para recuperar os aviões
que estão parados e colocá-los
em condições de vôo, o comprador da empresa aérea precisaria gastar de US$ 120 a US$
180 milhões.
Três caminhos
Drain pode tomar três caminhos: prorrogar a proteção, o
que as empresas de leasing
apostam que não ocorrerá; derrubar a liminar, e a partir daí
cada empresa buscaria retomar
seus aviões individualmente;
ou acionar o plano de contingência previsto ao longo do
processo nos EUA.
O objetivo desse plano é que
os aviões sejam devolvidos de
forma organizada e combinada
entre as empresas de leasing
(há turbinas de arrendadores
que estão em aviões de outras
empresas, por exemplo). É difícil saber o que ocorrerá, mas a
avaliação de analistas é que, a
cada nova audiência em Nova
York, a probabilidade do juiz
eliminar a proteção aumenta.
As empresas de leasing vêm
negociando com TAM e Gol a
possibilidade de transferir no
futuro contratos de seus aviões
que hoje estão com a Varig. Para os arrendadores, seria mais
barato deixar os aviões no Brasil, em contrato com outras
companhias, do que mandar
para o exterior quando estes forem retomados.
Com a dificuldade em retomar as aeronaves da Varig na
Justiça brasileira, a imagem do
país entre as empresas de leasing de avião piora a cada dia, e
há casos de arrendadores que já
informaram seus seguradores
de que pretendem acioná-los
para exigir pagamento da cobertura contra risco político.
Texto Anterior: BNDES negou crédito a nova candidata a assumir Varig Próximo Texto: Votação na Câmara não foi séria, diz Lula Índice
|