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IMÓVEIS
Valor fica próximo dos Jardins
Aluguel na
periferia
sobe mais
FÁTIMA FERNANDES
da Reportagem Local
Alugar um apartamento de um
quarto nos bairros mais distantes
do centro de São Paulo já custa
quase o mesmo do que nos bairros
mais próximos.
Em maio de 1994, o preço cobrado nos bairros mais nobres chegou
a ser 88,8% maior, em média, do
que na periferia.
Essa diferença caiu para 50% em
maio de 1995, para 37,7% em maio
de 96 e para 33% em maio deste
ano, informa a Aabic (Associação
das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo).
Especialistas do mercado imobiliário explicam que o aumento da
procura por esse tipo de imóvel
nas áreas mais afastadas provocou
a elevação dos aluguéis na região.
Essa expansão da demanda, dizem, veio com o aumento do poder aquisitivo da população de
menor renda, que passou a ter
acesso a esse tipo de imóvel.
Os preços nos bairros mais nobres também subiram desde 1994,
mas em percentuais mais baixos.
Comparação
O aluguel de apartamento de um
quarto chegou a custar R$ 180
mensais em maio de 1994 em bairros como Jaçanã, Mandaqui, Pirituba e Vila Carrão.
Hoje, está por volta de R$ 420,
segundo a Aabic. O aumento, portanto, foi de 133,4%.
O preço da locação desse mesmo
tipo de apartamento em bairros
como Cerqueira César, Paraíso,
Aclimação e Pinheiros teve um aumento de 64,7% no período -de
R$ 340 para R$ 560 por mês.
Tanto nos bairros mais distantes
do centro quanto nos mais próximos, ainda segundo a Aabic, os
preços da locação de um imóvel de
um quarto caíram no mês passado
na comparação com maio de 1996.
±No aluguel cobrado na periferia
a queda foi menor: de 6,7% (R$
450 para R$ 420 por mês). Nos
bairros centrais, a redução foi de
9,7% (R$ 620 para R$ 560).
"O aluguel na periferia já está
proporcionalmente mais caro do
que nos bairros nobres. Nos Jardins, os aluguéis chegam a render
1% do valor do imóvel. Nos bairros
mais pobres, 2%", diz José Roberto Graiche, presidente da Aabic.
O que explica a alta dos preços
dos aluguéis do imóvel de um dormitório na periferia, diz, é o aumento da procura e também a diminuição dos investimentos desse
tipo de imóvel na região.
"Quem investiu em imóveis desse padrão procurou os bairros nobres. Ninguém gosta de construir
apartamento para as classes de
menor poder aquisitivo."
O pico dos preços dos aluguéis,
segundo a Aabic, se deu no primeiro semestre de 1995. Desde então,
só os imóveis menores estão resistindo aos preços.
Sérgio Luiz Abrantes Lembi, vice-presidente do Secovi-SP (sindicato da habitação em São Paulo),
conta que os preços dos aluguéis já
caíram de 30% a 40% desde o início de 1996 até agora.
Para ele, há mais oferta do que
procura por imóveis na maioria
das regiões de São Paulo.
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