São Paulo, terça-feira, 10 de julho de 2007

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Não há crise na Previdência, diz estudo

Não há crise financeira na Previdência Social. Os números utilizados para avaliar a situação financeira da Previdência são alarmistas. O que tem sido chamado de déficit da Previdência é o saldo previdenciário negativo -a soma de receitas das contribuições ao INSS sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho deduzida dos benefícios previdenciários do Regime Geral de Previdência Social.
As afirmações são resultado de estudos realizados pela professora do Instituto de Economia da UFRJ Denise Gentil.
Segundo ela, o cálculo do que é divulgado como déficit não leva em consideração todas as receitas que devem ser alocadas para a Previdência Social, de acordo com a Constituição Federal de 1988. "Deixa-se de computar recursos significativos provenientes da Cofins, CPMF, CSLL e receita de concursos de prognóstico", afirma Gentil no estudo.
"Se computada a totalidade das fontes de recursos que cabem à Previdência conforme disposto na Carta Magna e deduzida a despesa total, inclusive com pessoal, custeio, dívida do setor e gastos não-previdenciários, o resultado apurado será um superávit de R$ 921 milhões em 2005 e de R$ 1,2 bilhão em 2006." (Veja tabela).
A pesquisa também questiona o destino reservado aos recursos excedentes pelo governo federal. A primeira conclusão é que são livremente empregados no Orçamento fiscal. Outro destino é o pagamento de aposentadorias e pensões do RPPS (regime próprio de previdência do servidor público), o que não seria legítimo, de acordo com a Constituição Federal.
Há ainda uma outra parte, de acordo com Gentil, significativa, que é desviada do Orçamento, mas não recebe nenhum tipo de aplicação que possa ser identificada pelos relatórios de execução orçamentária, "o que quer dizer que podem ter sido retidos em depósitos do Tesouro Nacional no Banco Central".

NA LINHA DE PRODUÇÃO

A Bonagura, empresa especializada em BPO (Business Process Outsourcing) -que adota uma estrutura da linha de produção de fábrica para realizar atividades operacionais de companhias clientes- prepara-se para entrar em novas áreas. Ela vai lançar um fundo de investimento, e passará a operar com "global sourcing", ou seja, vai reunir sua carteira de clientes para reduzir o custo das compras. "A compra de papel para as 612 clientes ficará mais barata do que se elas fossem comprar individualmente, por exemplo", afirma Márcio Bonagura, diretor-geral da empresa. A Bonagura também passará a operar o BPO em áreas de câmbio, importação e exportação.

CONTROLE NA BALADA

Há três anos no mercado, a OZ Technology acaba de lançar no Brasil o E-POC Events, solução integrada na base operacional Linux que oferece controle administrativo, rastreamento das operações e segurança para festas com número de convidados entre mil e 10 mil pessoas. Segundo o presidente Fabio Nardelli, "é possível reduzir 25% das perdas em cada evento".

ENERGIA
O ReLuz, programa da Eletrobrás/Procel, chegou ao fim do semestre com 2 milhões de pontos de luz mais eficientes. Desde que começou, em 2000, já foram investidos R$ 387 milhões no programa, o que ocasionou a economia de 713.000 MWh ao ano, o suficiente para abastecer 418 mil residências. A meta é tornar mais eficientes 5 milhões de pontos de luz até 2010.
NOVA USINA
Com investimento inicial de R$ 250 milhões, começam em setembro as obras da usina do Pontal do Paranapanema (São Paulo). O empreendimento terá capacidade total de moagem de 4,5 milhões de toneladas de cana e deverá criar 4.000 empregos diretos e indiretos na região.

SINTONIA FINA
Em sua primeira entrevista exclusiva, concedida à revista "Indústria Brasileira", da CNI, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, colocou como principal meta da instituição recuperar a importância da indústria na economia. Nos anos 1980, a área chegou a responder por 35% do PIB. Hoje, o percentual está em 18%. Para ele, o governo vive um momento especial pelo fato de os ministérios do Desenvolvimento, da Fazenda, da Ciência e Tecnologia e o BNDES, que tanto se digladiaram entre "monetaristas" e "desenvolvimentistas", agora estarem afinados: "Há um alinhamento de propósitos entre esses ministérios e o BNDES". Ele afirmou ainda que dois segmentos são as meninas dos olhos do banco: farmoquímico e tecnologia da informação.


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