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Telefónica oferece US$ 4 bi para ter o controle da Vivo
Objetivo do lance é comprar os 50% que a Portugal Telecom detém na empresa
Há dois meses, Telefónica
também adquiriu parte da
Telecom Italia, operadora
dona da TIM Brasil e de uma
fatia da Brasil Telecom
JANAÍNA LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
A espanhola Telefónica fez
ontem uma oferta de US$ 4,08
bilhões (equivalentes a cerca de
R$ 8 bilhões) à Portugal Telecom. O objetivo do lance, segundo o "Financial Times", é
comprar os 50% que os portugueses detêm na Vivo, maior
companhia brasileira de telefonia móvel. Os outros 50% já
pertencem aos espanhóis.
A oferta, a princípio, teria de
ser respondida até agosto.
A Telefónica está presente
em 13 companhias latino-americanas. No Brasil, ela é a responsável pela telefonia fixa da
região de São Paulo, a mais rica
do país e populosa do país.
Além disso, os espanhóis oferecem serviços de internet, banda
larga e TV por assinatura.
Em maio, a Telefónica também adquiriu parte da Telecom
Italia, operadora dona da TIM
Brasil e de uma fatia da Brasil
Telecom.
Já a Portugal Telecom, além
de investir na Vivo, participa do
UOL, portal de internet do
Grupo Folha. Também em
maio, os portugueses mostraram interesse de comprar a Oi,
maior concessionária de telefonia fixa brasileira. Dias depois,
a companhia voltou atrás.
O presidente da Telefónica,
Cesar Alierta, de acordo com o
Financial, teria dito que não há
interesse dos espanhóis em
fundir a TIM Brasil e a Vivo,
por conta de dificuldades com a
legislação brasileira.
Na Europa, a Telefónica é a
maior acionista da Portugal Telecom. Assim, caso a oferta de
compra da Vivo seja aceita pelos portugueses, seria possível
que os espanhóis se desfizessem de parte de suas ações na
operadora portuguesa - algo
em torno de 10%, calculam
analistas do setor.
Cenário confuso
A oferta dos espanhóis para
comprar 100% da Vivo chega
em um momento de redesenho
do mercado nacional de telecomunicações e, se transformada
em negócio, pode significar um
forte impulso às reivindicações
de alteração na lei brasileira de
telecomunicações.
De acordo com as leis em vigor, é vedado às operadoras fixas oferecerem serviços em outra região que não a predeterminada em seu contrato original. Também é proibida a união
de duas teles móveis que detenham diferentes mercados.
O governo, contudo, tem
apostado no lobby pela alteração dessas regras. Isso permitiria várias operações que estão
empacadas. Entre as várias
possibilidades está a junção da
Oi e da Brasil Telecom, com a
respectiva pulverização das
ações da nova companhia; a
venda da Telemig e da Tele
Amazônia Celular ao braço móvel da Oi, e a aquisição da TIM
Brasil -pela Telefónica, pela Oi
ou pela Portugal Telecom.
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