São Paulo, terça-feira, 10 de julho de 2007

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Telefónica oferece US$ 4 bi para ter o controle da Vivo

Objetivo do lance é comprar os 50% que a Portugal Telecom detém na empresa

Há dois meses, Telefónica também adquiriu parte da Telecom Italia, operadora dona da TIM Brasil e de uma fatia da Brasil Telecom

JANAÍNA LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

A espanhola Telefónica fez ontem uma oferta de US$ 4,08 bilhões (equivalentes a cerca de R$ 8 bilhões) à Portugal Telecom. O objetivo do lance, segundo o "Financial Times", é comprar os 50% que os portugueses detêm na Vivo, maior companhia brasileira de telefonia móvel. Os outros 50% já pertencem aos espanhóis.
A oferta, a princípio, teria de ser respondida até agosto.
A Telefónica está presente em 13 companhias latino-americanas. No Brasil, ela é a responsável pela telefonia fixa da região de São Paulo, a mais rica do país e populosa do país. Além disso, os espanhóis oferecem serviços de internet, banda larga e TV por assinatura.
Em maio, a Telefónica também adquiriu parte da Telecom Italia, operadora dona da TIM Brasil e de uma fatia da Brasil Telecom.
Já a Portugal Telecom, além de investir na Vivo, participa do UOL, portal de internet do Grupo Folha. Também em maio, os portugueses mostraram interesse de comprar a Oi, maior concessionária de telefonia fixa brasileira. Dias depois, a companhia voltou atrás.
O presidente da Telefónica, Cesar Alierta, de acordo com o Financial, teria dito que não há interesse dos espanhóis em fundir a TIM Brasil e a Vivo, por conta de dificuldades com a legislação brasileira.
Na Europa, a Telefónica é a maior acionista da Portugal Telecom. Assim, caso a oferta de compra da Vivo seja aceita pelos portugueses, seria possível que os espanhóis se desfizessem de parte de suas ações na operadora portuguesa - algo em torno de 10%, calculam analistas do setor.

Cenário confuso
A oferta dos espanhóis para comprar 100% da Vivo chega em um momento de redesenho do mercado nacional de telecomunicações e, se transformada em negócio, pode significar um forte impulso às reivindicações de alteração na lei brasileira de telecomunicações.
De acordo com as leis em vigor, é vedado às operadoras fixas oferecerem serviços em outra região que não a predeterminada em seu contrato original. Também é proibida a união de duas teles móveis que detenham diferentes mercados.
O governo, contudo, tem apostado no lobby pela alteração dessas regras. Isso permitiria várias operações que estão empacadas. Entre as várias possibilidades está a junção da Oi e da Brasil Telecom, com a respectiva pulverização das ações da nova companhia; a venda da Telemig e da Tele Amazônia Celular ao braço móvel da Oi, e a aquisição da TIM Brasil -pela Telefónica, pela Oi ou pela Portugal Telecom.


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