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Governo tenta garantir na Justiça salários na Aerolíneas Argentinas
Em troca, empregados da companhia não farão greves ou protestos por 2 meses
ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES
Diante da crise em que se encontra a companhia aérea Aerolíneas Argentinas, o governo
local e sindicatos de trabalhadores da aviação entrarão hoje
com pedido na Justiça para que
a empresa garanta o pagamento do salário dos funcionários.
O anúncio aconteceu após
reunião de representantes dos
sindicatos de aeroviários com
funcionários do ministério do
Trabalho e da secretaria de
Transportes e em meio a rumores de que o governo enviará ao
Congresso um projeto para
reestatizar a empresa, privatizada em 1990. Em troca do pedido de intervenção judicial pelo governo, os empregados da
Aerolíneas se comprometeram
a garantir os serviços por dois
meses, sem greve ou protesto.
A empresa, controlada pelo
grupo espanhol Marsans, passa
por grave crise. Anteontem, o
atraso nos pagamentos de junho provocou a paralisação dos
trabalhadores e conseqüentes
atrasos e cancelamentos de
vôos. A empresa está endividada, perdeu US$ 100 milhões
desde janeiro e tem 50% de sua
frota parada. Para amenizar a
crise, o governo autorizou há
duas semanas o aumento de tarifas na empresa e a concessão
de subsídios a combustíveis.
A intervenção judicial seria
um primeiro passo para que
passe a ser controlada por empresários argentinos ou volte
ao controle do governo, que hoje tem apenas 5% do controle
acionário. A ação, no entanto,
estaria criando um atrito entre
o governo argentino e o espanhol, já que os atuais donos da
Aerolíneas são também dirigentes de uma importante central empresarial espanhola.
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