São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 2008 |
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Santander descarta plano de demitir ao absorver Real
Rotatividade no Brasil evita política de dispensas
O banco Santander descarta
abrir um programa de demissão voluntária na incorporação
do Banco Real, como fez em
2001 na compra do Banespa,
disse Francisco Luzón, diretor-geral responsável pelas operações do Santander na América.
De acordo com Luzón, o Santander identificou nos últimos
meses forte complementaridade nas equipes e nos ramos de
atuação de ambos os bancos, o
que diminuiria a sobreposição
de agências e de funções comerciais e administrativas.
O executivo afirmou que o alto "turn over" (rotatividade)
dos bancários brasileiros será
usado para mitigar a necessidade de demissões. "Não está previsto o fechamento de nenhuma agência", disse.
A Folha apurou que diversos
setores administrativos e de
"back-office" do Santander e
do Real congelaram vagas em
branco desde o ano passado,
embora ambos sigam independentes em seus programas de
expansão de agências.
Segundo o Banco Central, o
Santander tinha 21.216 funcionários em março, enquanto o
Real contava com 34.567. Pouco antes de o negócio ser fechado, no final de setembro, o BC
apontava um total de 22.646
bancários no Santander e de
32.302 no Real.
O modelo de incentivo a demissões foi adotado pelo banco
espanhol após a compra do Banespa, em 2000. O programa
foi aberto quatro meses após a
privatização e teve a adesão de
cerca de 8.000 funcionários, a
maioria antigos e com salários
altos. Para incentivar o desligamento, o Santander ofereceu
até oito salários mais os direitos rescisórios. Segundo o sindicato, as indenizações médias
ficaram em torno de R$ 70 mil.
A incorporação total do Banespa demorou mais de cinco
anos. O sindicato dos bancários
de São Paulo (ligado à CUT)
afirma que, no total, a absorção
dos cinco bancos comprados
pelo Santander -Banco Geral
do Comércio, Noroeste, Meridional, Bozano Simonsen e Banespa- custou 20 mil empregos, o número total de demissões feitas pelo grupo desde
que chegou ao Brasil.
O Santander espera para os
próximos dias a autorização do
Banco Central da Holanda para
a cisão do grupo no mundo. A
aprovação das autoridades holandesas, aguardada desde a semana passada, abre caminho
para o início oficial da integração com o Real no Brasil.
O presidente do Real, Fabio
Barbosa, deve assumir oficialmente o comando do Santander no país ainda em julho,
quando se tornará diretor estatutário do banco espanhol, formalidade exigida pelo BC para
assinatura de contratos importantes e responsabilização junto ao sistema financeiro. Enquanto isso, segue interinamente na chefia José Paiva,
que ocupava a vice-presidência
de Negócios e Marketing.
Luzón não adiantou se o
banco manterá a bandeira Real
no Brasil.
O jornalista TONI SCIARRETTA viajou a convite do Santander Texto Anterior: Caso Varig: Deputados vão estudar criação de CPI Próximo Texto: Greve no INSS deve afetar 30 mil hoje no Estado de SP Índice |
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