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BALANÇO
Faturamento global cresce 3,1%, mas indústria tem queda, diz Sebrae
Serviços e comércio sustentam micro e pequenas no semestre
BRUNO LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL
As companhias de micro e pequeno porte do Estado de São
Paulo faturaram 3,1% mais nos
seis primeiros meses deste ano
do que no mesmo período do
ano passado. A taxa de crescimento semestral, apurada em
pesquisa de conjuntura da Fundação Seade e do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro
e Pequenas Empresas), é a maior
nos oito anos em que o estudo é
feito.
Segundo a pesquisa, no entanto, isoladamente, a pequena indústria -que compõe, com o comércio e os serviços, a estatística
global da pequena empresa- sofreu retração de faturamento nesse intervalo. Houve queda de
2,4%.
"[As taxas de juros altas] puxaram o freio de mão das micro e
pequenas empresas. A indústria
já acendeu a luz vermelha", afirmou José Luiz Ricca, diretor-superintendente do Sebrae-SP.
De acordo com ele, o desempenho negativo da indústria é um
"sintoma" de que os juros altos
começaram a "tirar o fôlego" das
pequenas firmas. "A indústria é,
em geral, a primeira que sofre
[impactos na economia] e a última que se recupera. Em abril, tínhamos uma visão muito mais
positiva para o segundo semestre
do que a que temos agora."
Além do maior pessimismo, a
afirmação traz também um quê
de desapontamento -2005 era
apontado pelo Sebrae como o
"ano da micro e da pequena empresa". Para corrigir o deslize,
Ricca espera que o ano ainda reserve surpresas, como a aprovação da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas. A expectativa
do órgão é que o projeto de lei seja incluído na chamada agenda
positiva do Congresso Nacional.
Massa salarial
Separadamente, o setor de serviços (3,6%) e o comércio (5,3%)
tiveram desempenho positivo e
asseguraram o bom desempenho
global. De acordo com a entidade, a explicação para o fenômeno
está no crescimento da massa salarial, registrado nos últimos 14
meses pelo IBGE.
As pequenas empresas de serviços e comércio são, explica Marco Aurélio Bedê, responsável pela
pesquisa, as primeiras beneficiadas por esse dinheiro a mais, já
que ele acaba revertido para o
consumo doméstico. Entre os
serviços, atividades recreativas e
esportivas, clínicas médicas e
odontológicas, cabeleireiros e pet
shops estão entre os que tiveram
expansão significativa.
O pessoal ocupado nas micro e
pequenas companhias paulistas
aumentou 3,3% na comparação
entre o primeiro semestre de
2005 e 2004. No mês de junho, no
entanto, caiu 0,6% (o equivalente
a 35 mil vagas a menos). Segundo
a pesquisa, é comum que as empresas façam um "ajuste" de pessoal no meio do ano, e essa conduta "não necessariamente interrompe a tendência de crescimento".
O número de pessoas ocupadas
e o faturamento foram os maiores dos últimos quatro anos. O
melhor desempenho ainda é o do
primeiro semestre de 2001.
São Paulo
Pela primeira vez, a pesquisa de
indicadores do Sebrae-SP detalhou os dados para o município
de São Paulo. Na cidade, o faturamento real das micro e pequenas
cresceu 10,1% em junho na comparação com o mesmo mês em
2004. Nesse intervalo, o pessoal
ocupado aumentou 5,2%, e o gasto com folha de salários, 5,6%.
No interior, as firmas faturaram 2,3% mais no mesmo período, e, nos municípios da região
do Grande ABC, 2%. O número
de pessoas ocupadas caiu 0,9%
no ABC e subiu 4,3% no interior.
O Estado de São Paulo tem cerca de 1,3 milhão de micro e pequenas empresas formais. Elas
representam 99% das empresas
existentes no Estado e 67% do
pessoal ocupado com ou sem registro.
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