São Paulo, quinta-feira, 10 de agosto de 2006

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Infraero redistribuirá espaços da Varig

A medida, em caráter temporário, visa diminuir filas em 12 aeroportos brasileiros, atendendo à determinação da Anac

Estatal espera que em 24 horas serviço melhore; no RS, procurador analisa impacto da venda da Varig na Fundação Ruben Berta


IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária) dará início a uma redistribuição emergencial dos guichês de atendimento em 12 aeroportos do país. Um dos objetivos é diminuir as filas causadas pelo cancelamento de vôos da Varig, nos últimos dois meses. A estatal nega que esteja adotando o modelo de guichês flexíveis apenas por isso.
"A idéia é fazer [a redistribuição] em caráter emergencial e provisório. Trazer um novo conceito ao mercado brasileiro de balcões flexíveis e rotativos que vão atender a própria Varig", disse Rogério Barzelai, diretor de operações da Infraero.
Em reunião, sindicatos e empresas aéreas chegaram a um acordo com a estatal, fixando em 15 dias o prazo para revisões da distribuição dos guichês. A revisão não significa necessariamente mudanças nos guichês, mas apenas uma análise sobre a eficiência da medida.
A Infraero deve apresentar amanhã o plano ao juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do RJ, que cuida da recuperação judicial da Varig.
Com o aval do magistrado, Barzelai estima que em 24 horas já haverá melhorias para o passageiro nos 12 aeroportos.
Segundo a Infraero, as mudanças ocorreriam em Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Congonhas e Guarulhos (em São Paulo), Galeão e Santos Dummont (Rio de Janeiro), Brasília, Vitória, Manaus, Foz do Iguaçu (PR) e Confins (MG).
A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) solicitou, na semana passada, o repasse de guichês da Varig para as concorrentes. O sistema de rodízio dos postos de atendimento foi a saída jurídica encontrada pela estatal que administra os aeroportos, uma vez que, durante o processo de recuperação, a Varig não pode perder os espaços de forma definitiva.

Fundação Ruben Berta
O procurador de fundações da Procuradoria Geral de Justiça do Rio Grande do Sul, Antônio Carlos Avelar Bastos, informou ontem que avaliará, até o final da semana, como ficou a situação da FRB (Fundação Ruben Berta), controladora da Varig afastada da gestão pela Justiça, depois que a aérea foi comprada pela VarigLog.
Segundo Bastos, se a constatação for de que a FRB foi muito prejudicada no negócio, ele pode pedir ressarcimento (para a fundação) ou até mesmo a anulação da venda. Conforme foi aprovado em assembléia de credores, as operações da Varig foram vendidas, sem dívidas, à VarigLog. O passivo da empresa, de mais de R$ 7 bilhões, ficou alocado na chamada "Varig antiga", controlada pela FRB.
"Tenho acompanhado o problema dos funcionários, que foram demitidos sem pagamento, e da FRB, que também está correndo risco de danos", disse Bastos. "Vou analisar a situação e até o final da semana devo ter uma posição sobre o caso."
Segundo ele, como a FRB foi afastada da gestão da companhia desde o final do ano passado, não pode ser responsabilizada pelas decisões que foram tomadas desde então.


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