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Mercado Aberto
guilherme.barros@uol.com.br
Economista sugere plano B para Brasil enfrentar crise
O mercado financeiro levou
um susto ontem com mais um
dia de turbulência nas Bolsas. O
que mais preocupou o mercado
foi a ação conjunta e aparentemente coordenada dos bancos
centrais da Europa e dos Estados Unidos de socorrer os bancos privados com linhas especiais de crédito por perdas geradas no mercado americano
de hipotecas imobiliárias de má
qualidade.
A última vez que os BCs intervieram no mercado foi no
atentado de 11 de setembro de
2001. Os BCs tanto da Europa
como dos Estados Unidos injetaram liquidez durante dois
dias e tranqüilizaram os mercados depois da intervenção. A
ação das instituições acendeu a
luz amarela nas mesas do mercado financeiro.
O problema, agora, é que ninguém sabe a extensão da crise.
O que se desconhece é o tamanho da inadimplência que a crise no setor imobiliário nos EUA
irá gerar no sistema financeiro
global. Enquanto isso, os bancos preferem adotar mais cautela na concessão de empréstimos.
Diante de mais esse terremoto, que dessa vez foi um pouco
mais forte do que os demais, o
economista Alexandre Mathias, diretor do Unibanco,
acha que o governo brasileiro
deva começar a pensar em um
plano B para enfrentar a crise,
caso ela atinja proporções
maiores. "O pessimismo aumentou", diz ele.
O que o economista sugere
basicamente é que o governo
inicie um plano de contingenciamento prevendo um corte
maior de gastos públicos e uma
reforma tributária para dar
maior tranqüilidade ao mercado. Ele não afasta a possibilidade de o Banco Central ter de
mudar a política monetária.
Segundo Mathias, o Brasil se
encontra em uma situação favorável, com juros em queda,
inflação controlada e reservas
na casa dos US$ 158 bilhões,
mas, mesmo assim, o risco-país
não deixou de subir. Por isso,
ele acha conveniente o país ter
um plano B na gaveta.
Ford investe na Argentina
No meio de toda a turbulência no mercado financeiro, a
Ford anunciou ontem à noite,
em Buenos Aires, um investimento de US$ 160 milhões na
Argentina para a fabricação de
dois novos carros a serem lançados em 2008 e 2009. Os novos produtos ainda estão sendo
mantidos em sigilo.
Segundo Rogélio Golfarb, diretor da Ford, os carros a serem
fabricados na Argentina irão
abastecer toda a América Latina, inclusive o Brasil. Assim como no Brasil, o setor automotivo vive na Argentina um dos
melhores momentos da história. Em julho, o país registrou a
maior venda de automóveis
num único mês dos últimos 40
anos.
Golfarb afirma que a crise de
energia no país vizinho preocupa, mas a Ford acredita que ela
será superada a curto prazo. A
montadora também irá adotar
um sistema próprio de geradores para compensar eventuais
problemas de "apagão".
EM OBRAS
O Salão de Arte, evento anual que reúne galerias de arte,
antiquários e designers de jóias em São Paulo, abre no próximo dia 20 sua edição de 2007. Neste ano, Vera Chaccur
Chadad, que assumiu a direção do evento em 2006, adotou
mudanças como a redução do número de expositores de cerca de 90 para 65. "Temos até fila de espera agora, mas diminuímos o tamanho porque os visitantes ficavam cansados",
diz Chadad. A outra mudança são as fotografias, que terão
espaço pela primeira vez, com leilão de obras de brasileiros
como Antonio Milena e Rosa Gauditano. Entre as atrações
estão uma gravura de Rembrandt, datada de 1639, de R$ 70
mil, e "Mulata", de Di Cavalcanti, de 1961, de R$ 250 mil.
CÂMBIO FRACO
O próximo outono norte-americano promete ser o
quarto consecutivo em que o dólar fraco faz com que os
preços de artigos de moda parem nas alturas. O motivo,
segundo reportagem do "New York Times", é a procedência das peças, em sua maioria produzidas na Europa. Comercializadas em euro, bem mais valorizado que a moeda
americana, as peças ficam caríssimas quando vendidas
nos EUA.
SEGUROS
O seguro para riscos financeiros está em alta, segundo dados do Sincor-SP
(de corretores). De janeiro a
junho o segmento cresceu
24% sobre igual período de
2006. A segunda maior alta
foi a de seguro patrimonial,
que faturou no primeiro semestre do ano 17,45% a mais
do que no ano passado. No
ranking geral, o setor de seguros cresceu 8,91%.
ESTRATÉGIA
Será lançado no Brasil,
neste mês, o livro "O Antídoto" (editora Pearson), de
Anand Sharma e Gary Hourselt. No livro, os autores fazem um roteiro com estratégias para as companhias
manterem a vantagem competitiva em relação à concorrência. A técnica foi baseada no conceito "lean manufacturing", que trata da
eliminação de desperdício.
Anand Sharma é presidente
da TBM Consulting, de gestão de processos.
EXPANSÃO
O Itaú inaugurou sua 50ª
agência em 2007. No primeiro semestre, o banco
abriu 45 novas agências no
país, sendo 19 em São Paulo.
O número é 45% superior ao
dos primeiros seis meses de
2006, quando o banco tinha
31 inaugurações. No final do
primeiro semestre, o banco
tinha 2.678 agências, 255
unidades a mais ante junho
de 2006.
TECNOLOGIA
Para auxiliar empresas na
escolha das ferramentas de
governança de TI, a Anefac
promove, na terça, em SP, o
seminário Governança, Frameworks, Controle e Implementação na Fundação Instituto de Administração da
USP.
FOCO
A Campbell, a maior fabricante mundial de sopas, disse que poderá vender sua
marca de chocolates de luxo
Godiva Chocolatier para se
concentrar no negócio de
sopas, salgadinhos e bebidas. A Godiva tem vendas
anuais de US$ 500 milhões.
com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA
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