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Armínio vê recuperação de linhas
DO ENVIADO ESPECIAL À BASILÉIA
O presidente do Banco Central,
Armínio Fraga, disse ontem que
as linhas de financiamento ao comércio exterior brasileiro começaram a se recuperar mais rápido
do que o governo esperava.
Duas semanas atrás, Fraga e o
ministro Pedro Malan (Fazenda)
tiveram encontro com banqueiros em Nova York para convencê-los a reabrir o crédito às empresas
brasileiras, que caiu entre 20% e
25% nas últimas semanas, segundo o presidente do BC.
Sem mencionar percentuais,
Fraga disse que a recuperação é
ainda é "tímida", mas que significa um avanço, pois a principal
preocupação do BC era evitar que
os recursos fossem reduzidos ainda mais. "Temos que estar preparados para o pior, mas torcendo
para o melhor", disse ele.
"O que era uma expectativa, a
partir de Nova York, já está se
concretizando. Então isso já é
uma excelente notícia: as linhas
estão voltando num ambiente
global que não é nada favorável.
Eu estou satisfeito", completou.
Fraga chegou à Suíça no sábado
para encontrar-se com banqueiros e representantes de seguradoras europeus e asiáticos antes do
encontro periódico de presidentes de bancos centrais do G-10,
que foi realizado ontem, na sede
do BIS (Banco Internacional de
Compensações Internacionais).
Armínio e Malan viajam à Europa (veja quadro) para tentar reabrir as linhas de crédito ao país.
Segundo ele, as conversas com
os banqueiros serviram para mudar opiniões, ou seja, desfazer
preocupações quanto ao futuro
do país após as eleições.
No domingo, Fraga participou
de um painel com vice-presidentes e diretores de bancos centrais.
Um dos temas do encontro foi o
Brasil. Ontem, na reunião com os
presidentes dos BCs, a situação do
país também foi discutida.
"Eu diria que a discussão foi extremamente proveitosa. Eu senti
em muitos [dos participantes" até
uma certa mudança de visão",
afirmou ele em relação ao encontro com os diretores de bancos
centrais, no sábado.
Fraga tem usado como argumentos o saldo na balança comercial -previsão de US$ 7 bilhões
neste ano -, a queda do déficit
em conta corrente e solidez do sistema financeiro para convencer
seus interlocutores.
"Quando a gente começa a falar
com mais detalhes sobre tudo o
que aconteceu com o Brasil nos
últimos anos, como a gente conseguiu administrar essa situação,
realmente há um elemento de
surpresa no ar. Quando você diz
que a previsão de consenso para o
crescimento do Brasil neste ano
está em torno de 1,5%, eles ficam
surpresos, pois estão vendo a Argentina caindo 15% [queda do
PIB esperada para 2002], e o Uruguai, 10%", disse.
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