São Paulo, terça-feira, 10 de setembro de 2002

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BC deve reduzir projeção de déficit

DO ENVIADO ESPECIAL À BASILÉIA

O governo vai rever mais uma vez suas projeções de superávit da balança comercial e de déficit em conta corrente (diferença entre todas as transações brasileiras do Brasil com o exterior) neste em ano e em 2003.
O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, disse ontem que a projeção do déficit para este ano deve cair de US$ 17 para US$ 15 bilhões. Munido de planilhas com números e estimativas relacionados à economia do país, Armínio tem tentado convencer banqueiros estrangeiros de que a percepção negativa deles quanto ao futuro da economia do Brasil tem sido exageradas.
Entre os dados que Armínio carrega, estão uma previsão de saldo na balança comercial de US$ 7 bilhões neste ano e de US$ 9 bilhões no ano que vem.
Para 2003, a atual projeção no déficit em transações correntes é de US$ 15,4 bilhões.

"Números conservadores"
"Apresentei esses números a eles [aos banqueiros internacionais", embora já considere que são estimativas conservadoras", disse ontem Armínio, após o encontro periódico dos presidentes de bancos centrais do G-10 (grupo das dez maiores economias do mundo).
A conferência de banqueiros centrais foi realizada na sede do BIS (Banco de Compensações Internacionais), na Basiléia (Suíça).
O presidente do BC afirmou que as exportações têm reagido bem ao estímulo da taxa de câmbio depreciada (o real mais barato torna os produtos brasileiros mais competitivos no exterior).
Por isso, Armínio avalia que o saldo comercial -que já está em aproximadamente US$ 5,5 bilhões no acumulado deste ano- ultrapassará a previsão oficial do governo tanto neste ano como em 2003.

Mais dólares
Consequentemente, com uma maior entrada de dólares por contas vendas para o mercado internacional, o buraco nas contas brasileiras diminui. Ou seja, a dependência de capital estrangeiro do país se reduz.
Armínio disse que, se o Produto Interno Bruto ficar entre US$ 500 milhões e US$ 600 milhões neste ano, a proporção da déficit em conta corrente em relação ao PIB ficaria em aproximadamente 3%. "Não é nada mal", disse.
Hoje, Armínio vai a Frankfurt, onde cumpre agenda com muitas reuniões, com executivos do setores público e privado. O presidente do BC vai se encontrar com representantes de empresas alemães com subsidiárias no Brasil, com executivos dos bancos Dresdner e Deutsche Bank e com membros do Bundesbank, o banco central alemão.(LS)


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