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AVIAÇÃO
Companhia do empresário e político Clésio Andrade estréia em outubro e quer ligar cidades como Poços, Varginha e Cabo Frio
Air Minas quer conectar interior do Sudeste
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
As grandes companhias aéreas
vivem hoje uma de suas piores
crises, mas o mesmo não se pode
dizer das empresas regionais. Há
uma procura por vôos que liguem
pequenas e médias cidades a capitais. Foi de olho nesse mercado
que o empresário Clésio Soares de
Andrade, 49, presidente licenciado da CNT (Confederação Nacional do Transporte) e dono de empresas de ônibus, inaugura no dia
15 de outubro a nova aviação Air
Minas.
Além de ligar cidades como Belo Horizonte a São Paulo, a companhia deve ter um papel importante para empresas como a Gol e
a TAM. A Air Minas pretende ser
a ponte dos passageiros que moram em pequenos municípios e
querem viajar de uma capital a
outra do país.
"Estamos em negociação com a
TAM e a Gol para fechar essas
parcerias", afirmou ontem à Folha João César Barbosa, sócio de
Andrade e presidente da Air Minas. "Facilitaremos a vida de gente de cidades que hoje não são
atendidas por nenhuma linha aérea, como Juiz de Fora e Poços de
Caldas."
A empresa já alugou dois aviões
ATR 42-300, fabricados pela ATR,
subsidiária da européia Airbus.
Outras quatro aeronaves chegarão em Belo Horizonte, sede da
Air Minas, até 2004. "Nosso negócio é aviação regional. Não pretendemos ter aviões de grande porte, como um Airbus ou um Boeing. Esse é o nosso plano."
Esquema Gol
A Air Minas vai adotar, no entanto, exatamente o mesmo esquema de aviação da Gol. Cada uma de suas aeronaves, com capacidade para 46 passageiros, terá apenas dois comissários de bordos. Eles não servirão refeições,
refrigerantes ou bebidas alcóolicas. "Os comissários vão estar lá
apenas para exercer as atividades
que garantam a segurança das
pessoas." Os usuários da nova Air
Minas terão apenas água e café a
bordo.
A venda das passagens aéreas
também imitará o esquema da
Gol. Não haverá lojas da Air Minas. Os bilhetes poderão ser adquiridos via internet, agências de
turismo e quiosques localizados
em locais estratégicos de cidades
do interior, como hotéis.
A nova companhia irá operar
no início com quatro rotas, e seu
principal aeroporto será Pampulha, próximo à região central de
Belo Horizonte. A rota mais importante será a que ligará Belo
Horizonte-Varginha-Poços de
Caldas-São Paulo (Congonhas).
Serão duas vôos diários de ida e
volta, de segunda a sábado.
"Vamos trabalhar com preços
competitivos. Um vôo entre Poços de Caldas e Belo Horizonte
custará cerca de 20% a mais que
os R$ 89 cobrados hoje por uma
viagem de ônibus leito." A vantagem para o passageiro é que o
tempo de viagem cairá de oito horas para uma hora.
As outras três rotas ligarão Belo
Horizonte-Juiz de Fora-Cabo
Frio, Belo Horizonte-Ipatinga e
Belo Horizonte-Araxá-Uberaba.
A meta da empresa é faturar R$
1,8 milhão por mês. O investimento para montar a nova companhia foi de R$ 6 milhões.
O empresário Clésio Soares de
Andrade é presidente do PFL em
Minas Gerais e atualmente concorre ao cargo de vice-governador na candidatura de Aécio Neves (PSDB) ao governo de Minas.
Possui participações em cerca de
40 empresas de ônibus, além de
fazendas e indústrias. Segundo
sua assessoria, sua holding Brasil
faturou R$ 100 milhões em 2001.
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