São Paulo, terça-feira, 10 de setembro de 2002

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AVIAÇÃO

Companhia do empresário e político Clésio Andrade estréia em outubro e quer ligar cidades como Poços, Varginha e Cabo Frio

Air Minas quer conectar interior do Sudeste

LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL

As grandes companhias aéreas vivem hoje uma de suas piores crises, mas o mesmo não se pode dizer das empresas regionais. Há uma procura por vôos que liguem pequenas e médias cidades a capitais. Foi de olho nesse mercado que o empresário Clésio Soares de Andrade, 49, presidente licenciado da CNT (Confederação Nacional do Transporte) e dono de empresas de ônibus, inaugura no dia 15 de outubro a nova aviação Air Minas.
Além de ligar cidades como Belo Horizonte a São Paulo, a companhia deve ter um papel importante para empresas como a Gol e a TAM. A Air Minas pretende ser a ponte dos passageiros que moram em pequenos municípios e querem viajar de uma capital a outra do país.
"Estamos em negociação com a TAM e a Gol para fechar essas parcerias", afirmou ontem à Folha João César Barbosa, sócio de Andrade e presidente da Air Minas. "Facilitaremos a vida de gente de cidades que hoje não são atendidas por nenhuma linha aérea, como Juiz de Fora e Poços de Caldas."
A empresa já alugou dois aviões ATR 42-300, fabricados pela ATR, subsidiária da européia Airbus. Outras quatro aeronaves chegarão em Belo Horizonte, sede da Air Minas, até 2004. "Nosso negócio é aviação regional. Não pretendemos ter aviões de grande porte, como um Airbus ou um Boeing. Esse é o nosso plano."

Esquema Gol
A Air Minas vai adotar, no entanto, exatamente o mesmo esquema de aviação da Gol. Cada uma de suas aeronaves, com capacidade para 46 passageiros, terá apenas dois comissários de bordos. Eles não servirão refeições, refrigerantes ou bebidas alcóolicas. "Os comissários vão estar lá apenas para exercer as atividades que garantam a segurança das pessoas." Os usuários da nova Air Minas terão apenas água e café a bordo.
A venda das passagens aéreas também imitará o esquema da Gol. Não haverá lojas da Air Minas. Os bilhetes poderão ser adquiridos via internet, agências de turismo e quiosques localizados em locais estratégicos de cidades do interior, como hotéis.
A nova companhia irá operar no início com quatro rotas, e seu principal aeroporto será Pampulha, próximo à região central de Belo Horizonte. A rota mais importante será a que ligará Belo Horizonte-Varginha-Poços de Caldas-São Paulo (Congonhas). Serão duas vôos diários de ida e volta, de segunda a sábado.
"Vamos trabalhar com preços competitivos. Um vôo entre Poços de Caldas e Belo Horizonte custará cerca de 20% a mais que os R$ 89 cobrados hoje por uma viagem de ônibus leito." A vantagem para o passageiro é que o tempo de viagem cairá de oito horas para uma hora.
As outras três rotas ligarão Belo Horizonte-Juiz de Fora-Cabo Frio, Belo Horizonte-Ipatinga e Belo Horizonte-Araxá-Uberaba. A meta da empresa é faturar R$ 1,8 milhão por mês. O investimento para montar a nova companhia foi de R$ 6 milhões.
O empresário Clésio Soares de Andrade é presidente do PFL em Minas Gerais e atualmente concorre ao cargo de vice-governador na candidatura de Aécio Neves (PSDB) ao governo de Minas. Possui participações em cerca de 40 empresas de ônibus, além de fazendas e indústrias. Segundo sua assessoria, sua holding Brasil faturou R$ 100 milhões em 2001.


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