São Paulo, terça-feira, 10 de setembro de 2002

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Consultoria fará um estudo para avaliar o setor

DA REDAÇÃO

O setor de leite exige mudanças na organização dos produtores, segundo Eduardo Dessimoni. Os produtores têm de se organizar em cooperativas, que devem ser modernas e atuar de forma profissional. É por meio dessas cooperativas que os produtores vão ganhar mais mercado, tanto interno como externo.
Devido à desestruturação do setor, Ivan Wedekin, diretor da RCW Consultores, está coordenando um trabalho pioneiro com 14 cooperativas do Triângulo Mineiro. Será feito um raio-X das empresas que têm o leite como o principal negócio.
O objetivo é avaliar a estratégia e o potencial de cada uma. Em seguida, sugerir soluções, que podem ser a redução no número de cooperativas e a atuação conjunta. O estudo objetiva "pavimentar a permanência dos produtores no mercado", diz ele. A produção média brasileira por propriedade é de 50 litros por dia. Na Argentina chega a 1.000 litros e, nos EUA, a 7.000 litros.
Wedekin diz que o setor sofre uma competição desleal dos "laticínios de fundo de quintal". As margens de lucro das indústrias são pequenas e essa concorrência desorganiza o mercado. O trabalho está avaliando, ainda, a ociosidade industrial. Essas avaliações devem resultar na proposta de um novo modelo para o setor.
É nos países em desenvolvimento que o Brasil terá de investir, segundo Dessimoni. "Não adiante exportar para os desenvolvidos, porque eles não vão importar um volume maior do que o atual", diz.
Um estudo da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação), aponta para um forte crescimento do consumo nos países em desenvolvimento.
Em 1993, os países industrializados consumiam 245 bilhões de litros de lácteos. Em 2020, o consumo será de 263 bilhões de litros (evolução de apenas 7%).
O grande salto no consumo será nos países em desenvolvimento, que em 93 consumiam 167 bilhões de litros de lácteos. Em 2020, esse volume subirá para 391 bilhões, uma alta de 134%, segundo a FAO.


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