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São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 2003

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TELES

Informação é do ministro Miro Teixeira; negócio seria de US$ 100 milhões

Fundo dos EUA pode comprar Intelig

LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Intelig, operadora de telefonia de longa distância e última das empresas de telecomunicações com grandes dificuldades econômicas no país, será vendida nos próximos 20 dias. O ministro das Comunicações, Miro Teixeira, afirmou ontem que um fundo de investimentos norte-americano assumirá o controle da empresa, que terá também como sócios seus diretores brasileiros.
"A venda da Intelig mostra que os investimentos estrangeiros estão voltando", afirmou Miro. Para ele, o Brasil conseguiu inverter uma curva decrescente de desempenho econômico e terá em 2003 uma expansão no setor de telecomunicações acima da expectativa. Segundo ele, a operadora de telefonia fixa GVT se prepara para investir US$ 1 bilhão no país.
A Intelig, ao lado da empresa de telefonia fixa Vésper e da operadora de celulares BCP, eram as três companhias do setor que nos últimos anos estavam fortemente endividadas e em situação de default. Nas últimas semanas, a BCP foi comprada pela Claro, e a Vésper assinou acordo de venda para a Embratel. O comprador da Intelig será a GSC World Telecom, com sede em Nova York.
A Intelig tem como sócios a inglesa National Grid (que detém 50% da empresa), a France Telecom (possuidora de 25% das ações) e a norte-americana Sprint (que possui os outros 25%). Ela deve cerca de US$ 150 milhões para as indústrias de equipamentos de telefonia Alcatel e Nortel. Nos últimos meses, os executivos da Intelig assumiram a administração da empresa para achar uma solução financeira.
O executivo José Carlos Cunha, ex-presidente da Intelig, é um dos principais articuladores da operação de venda da empresa. "Dentro de 30 dias teremos concluído a operação", disse Cunha à Folha.
Cerca de 85% das ações da Intelig ficarão nas mãos do fundo de investimentos dos Estados Unidos. Os atuais executivos da operadora terão 15%.
O valor da compra da Intelig será de cerca de US$ 100 milhões. A operação incluirá a reestruturação de ao menos parte da dívida de US$ 150 milhões.

Resistência de credores
As negociações para a venda da Intelig estão ocorrendo em Paris, na França. A Folha apurou que os credores da empresa acham US$ 100 milhões um valor muito baixo e querem aproveitar o atual momento de compra e fusões de companhias de telecomunicações para negociar um preço melhor.
Criada em 1999, a Intelig exigiu até 2001 investimentos de R$ 2,8 bilhões. No início, enfrentou problemas para enfrentar a concorrência da Embratel. Atualmente concorre também com empresas como a Telefônica e a Telemar nas ligações de longa distância nacionais e internacionais.
Um dos principais ativos da Intelig são seus 500 mil quilômetros de cabos de fibra óptica.


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