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Bancos centrais mundiais estão em compasso de espera
Reunidos na Suíça, representantes dizem que ainda aguardam sinais de como a crise nas Bolsas afetou a economia para agirem
Crescem previsões de que o Fed cortará juro nos EUA no dia 18; na semana passada, BCE e Banco da Inglaterra mantiveram as suas taxas
DA REDAÇÃO
Os comandantes dos principais bancos centrais mundiais,
reunidos na Basiléia (Suíça),
disseram ontem aguardar, antes de tomar novas medidas, sinais claros sobre como as turbulências nos mercados, que ficaram mais acentuadas no mês
passado, afetaram a economia.
Para eles, a estratégia de esperar para ver é a melhor no
momento, dada a atual volatilidade. O encontro do BIS (Banco para Compensações Internacionais) reúne até depois de amanhã os presidentes dos BCs
dos dez países mais ricos do
mundo e dos principais mercados emergentes, entre eles o
brasileiro Henrique Meirelles.
Os presidentes dos BCs dos
EUA, Ben Bernanke, e da zona
do euro, Jean-Claude Trichet,
participam da reunião, mas não
falaram com jornalistas.
A economia mundial vive fase turbulenta desde o final de
julho, quando os temores sobre
o mercado imobiliário norte-americano afetou bancos e levou a vendas de papéis de risco.
Na última sexta-feira, as
principais Bolsas mundiais tiveram quedas acentuadas, com
a divulgação dos números de
criação de empregos nos EUA,
que ficaram negativos, no mês
passado, pela primeira vez em
quatro anos -no Brasil, a Bovespa não funcionou devido ao
feriado, e a expectativa é a de
que comece a semana em baixa.
Os dados de emprego nos
EUA aumentaram os temores
de que os problemas do mercado de crédito imobiliário estejam contaminando o restante
da principal economia mundial
e que ela esteja entrando em
um período de recessão.
O presidente do banco central da China, Zhou Xiaochuan,
reassegurou que o impacto na
economia chinesa tem sido
"muito limitado", mas acrescentou que os efeitos nas finanças globais ainda são incertos.
Juros
O Banco Central Europeu
(BCE), o Banco da Inglaterra e
o Banco do Japão evitaram elevar a taxa de juros em suas últimas reuniões, à espera de uma
leitura clara sobre a reação das
economias à turbulência.
Porém, os números sobre
emprego consolidaram as expectativas de que o Fed (o BC
dos EUA) deve cortar os juros
na sua reunião do dia 18. O dólar atingiu o seu menor nível
em 15 anos em relação às demais principais moedas.
Investidores, contudo, ainda
apostam em que o BCE irá retomar o seu ciclo de alta dos juros, quando os mercados se
acalmarem. Representantes do
banco afirmaram ontem que o
cenário econômico do bloco está mais incerto depois da turbulência, mas que esperam por
mais informações para ratificar
tal previsão.
"O prudente é esperar para
ter uma avaliação da instabilidade atual. É por isso que não
aumentamos a taxa. Depois da
avaliação, decidiremos", declarou o presidente do banco central espanhol, Miguel Ángel
Fernández Ordóñez.
FMI
O diretor-geral do FMI, Rodrigo de Rato, afirmou ao "Financial Times" que o acentuado reajuste dos riscos nos mercados financeiros deve ser bom
para a estabilidade da economia mundial no médio prazo.
"Esse ajuste provavelmente é
bem-vindo, mas não significa
que seja indolor."
Na sexta-feira, Rato dissera
que que os problemas nos mercados são "uma crise grave, que
certamente terá efeitos em
2007 e 2008" e "terá conseqüências para a economia real".
Essas declarações também colaboraram para a queda nas
Bolsas naquele dia, de acordo
com analistas.
Com Reuters
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