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ENERGIA
Oferta de área de exploração em 2004 não será conduzida pela agência
Ministério "tira" licitação da ANP
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
A ministra de Minas e Energia,
Dilma Rousseff, anunciou ontem
que a sexta rodada de licitações de
áreas para exploração de petróleo
será em junho de 2004. Ela definiu
os tipos de áreas a serem leiloadas.
Até agora a tarefa de cuidar das licitações era da ANP (Agência Nacional do Petróleo), órgão regulador do setor no país.
Ao ser questionada sobre se a
ANP estava sendo posta à margem do processo, a ministra negou. Ela disse que caberá à ANP
executar o que for decidido. Segundo a ministra, a legislação determina que cabe ao CNPE (Conselho Nacional de Política Energética), presidido pelo Ministério de
Minas e Energia, e ao próprio ministério "definir a linha e a orientação política da rodada".
Segundo a ministra, esse é o entendimento do TCU (Tribunal de
Contas da União) "em todas as
suas avaliações sobre a ANP".
"Nós estamos, rigorosamente,
cumprindo a lei", afirmou.
A uma pergunta sobre se as cinco licitações anteriores, a última
delas em agosto, foram ilegais,
Rousseff disse que a pergunta deveria ser feita ao TCU.
A direção da ANP foi procurada, mas não quis se pronunciar.
A Lei do Petróleo (nº 9.478), que
criou o CNPE e a ANP, dá ao Conselho a atribuição de propor políticas relacionadas com o setor petrolífero, mas não fala especificamente em políticas de concessões.
No artigo 8º, inciso 2º, a lei diz
que cabe à ANP "promover estudos visando a delimitação de blocos para efeito de concessão de
atividades de exploração". No inciso 4º do artigo a lei atribui à
ANP a tarefa de "elaborar editais e
promover licitações para a concessão de exploração, desenvolvimento e produção". Já o artigo
23º diz que "a ANP definirá os
blocos a serem licitados".
O governo está propondo ao
Congresso Nacional uma série de
mudanças na legislação do setor
energético. Entre elas, a passagem
para o Ministério de Minas e
Energia da atribuição de conceder
áreas para exploração de petróleo.
O anteprojeto de lei está em consulta pública até o próximo dia 15.
Oferta
De acordo com o anúncio feito
pela ministra, serão ofertadas em
junho de 2004 três tipos de áreas
para concessões: áreas nas quais
já ocorreram descobertas, para
tornar mais atrativa a oferta; bacias maduras (nas quais a produção está em fase declinante); e bacias situadas em áreas de "fronteira tecnológica", ou seja, aquelas
situadas em regiões nas quais ainda não há pleno domínio da tecnologia de produção.
Em seminário promovido no
Rio pelo governo da Noruega, a
ministra disse que o Brasil pretende até 2013 construir duas refinarias de petróleo.
De acordo com ela, o programa
de investimentos na indústria de
petróleo e gás, com um total de 45
projetos, prevê recursos de US$
40,3 bilhões até 2007, sendo US$
34,3 bilhões da Petrobras e o restante de empresas privadas.
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