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IBGE reduz, pela 9ª vez, projeção da safra 2006
Principal motivo para a redução em setembro foi a baixa produção de trigo
Instituto prevê 116,546 mi de toneladas, 0,76% menos do que a estimativa feita em agosto; primeiros cálculos
indicavam safra de 126 mi
DA SUCURSAL DO RIO
O IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística) revisou para baixo, pela nova vez
seguida, a estimativa para a safra deste ano. Com os baixos resultados da produção de trigo,
principal cultura de inverno, o
instituto reduziu em setembro
sua projeção de safra para
116,546 milhões de toneladas.
O resultado representa queda
de 0,76% em relação a agosto.
O instituto previu inicialmente produção da ordem de
126 milhões de toneladas. Apesar das revisões para baixo, a
projeção de setembro ainda representa alta de 3,53% na comparação com a safra do ano passado, de 112,574 milhões de toneladas.
Segundo o agrônomo Paulo
Renato Corrêa, a agricultura foi
muito prejudicada em 2005 pela seca na região Sul. Apesar da
recuperação de alguns produtos neste ano, arroz, soja e trigo
registraram quedas na área
plantada.
Com os preços em baixa, a
área plantada de arroz teve
queda de 954,1 mil hectares. A
apreciação do real em relação
ao dólar reduziu os preços da
soja, que teve queda de 922,1
mil hectares na área plantada.
Para o agrônomo, a redução
na estimativa de safra em setembro ocorreu em razão do
desempenho do trigo. "O produto enfrentou problemas com
a seca e com as geadas no final
de agosto e setembro no Paraná
e no Rio Grande do Sul." O instituto prevê produção de trigo
da ordem de 2,557 milhões de
toneladas, o que significa queda
de 45,1% na comparação com a
safra do ano passado.
Trata-se do menor resultado
desde 2000, quando a produção somou R$ 1,725 milhão de
toneladas. Além disso, o patamar de produção atual é próximo do verificado no início dos
anos 80.
Produção prejudicada
Para o IBGE, os principais
responsáveis pelo desempenho
foram a redução da área plantada de trigo (de 25,39% no total
de áreas plantadas nos Estados
produtores). A baixa cotação do
produto no mercado interno e
as dificuldades de comercialização também prejudicaram a
produção.
"O preço do trigo estava abaixo do preço mínimo. Importamos muito trigo da Argentina,
que entra no país com preço
bem inferior. Já estamos importando até farinha, o que pune o produtor", afirmou.
Inadimplência, restrições no
acesso ao crédito e a descapitalização dos produtores resultaram na implantação de uma safra de trigo com baixo nível tecnológico. Somados aos problemas estruturais e de concorrência, a estiagem nos meses de
abril e maio e as geadas no período de agosto e setembro afetaram a produção.
(JANAINA LAGE)
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