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Bovespa chega a subir 4,9%, mas segue EUA e recua 3,9%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bovespa não resistiu ao
derretimento do mercado norte-americano no fim do pregão
de ontem. Após se manter em
terreno positivo até as 15h30, a
Bolsa de Valores de São Paulo
perdeu fôlego rapidamente e
acabou por encerrar com perdas de 3,92%, a 37.080 pontos.
Em apenas sete pregões em
outubro, a Bovespa se desvalorizou em 25,15% e recuou para
seu menor patamar em dois
anos. Isso a levou a passar a
acumular queda de 41,96% em
2008. Enquanto os mercados
nos EUA não pioravam, a Bolsa
de Valores de São Paulo se sustentava com ganhos. Em seu
melhor momento do dia, marcou valorização de 4,89%.
Mas, com a piora lá fora, os
investidores não hesitaram em
vender ações no mercado doméstico o quanto antes, como
forma de aproveitar os preços
mais elevados atingidos pela
Bolsa no pregão.
As ações da Vale ilustram
bem a movimentação do mercado ontem. Seu papel ordinário, que subiu até 7,03% de manhã, encerrou com queda de
3,65%; e o preferencial "A", que
marcou alta de 6,04% na máxima, fechou com baixa de 4,84%.
Ou seja, quem tinha conseguido lucrar algo com a apreciação
da ação da Vale rapidamente a
vendeu após a piora do mercado para embolsar os ganhos
conquistados no dia.
Com a depreciação de ontem,
as ações da Vale passaram a registrar perdas acumuladas em
2008 de 51,21% (PNA) e 52,55%
(ON). Apesar de os papéis da
Vale estarem muito desvalorizados, nada impede que recuem ainda mais. A ação é muito negociada pelos investidores
estrangeiros, que não têm dado
trégua aos papéis de companhias brasileiras.
A saída de capital externo da
Bolsa já alcança seu quinto mês
seguido. Neste mês, até o dia 7,
R$ 1,65 bilhão já havia deixado
os papéis de companhias nacionais. Em todo o mês de setembro, saiu R$ 1,81 bilhão. No ano,
os estrangeiros tiraram mais de
R$ 20 bilhões da Bolsa.
"Se dependesse apenas dos
nossos fundamentos econômicos, a Bolsa brasileira não deveria estar sofrendo tanto. Mas
estamos conectados ao mercado internacional e não conseguimos passar à margem da crise", afirma Luiz Antonio Vaz
das Neves, analista da KNA
Consultores. "E, quando o mercado começa a piorar lá fora,
como no fim das operações de
hoje [ontem], ninguém quer ficar com ação em carteira para
avaliar melhor o que está ocorrendo. A ordem é vender o que
der o quanto antes."
Petróleo para baixo
Com o petróleo cada vez
mais barato, as ações da Petrobras também têm recuado com
força, independentemente das
perspectivas positivas para a
companhia no futuro. Ontem, o
papel PN da Petrobras caiu
3,07% -sua desvalorização no
ano alcança 41,08%. A ação ON
da estatal caiu 6,81% ontem.
O petróleo recuou mais
2,65%, para encerrar vendido a
US$ 86,59 em Nova York. Há
três meses, o barril de petróleo
era negociado a US$ 147.
Os papéis dos grandes bancos brasileiros estiveram entre
os destaques de baixa do pregão: Banco do Brasil ON perdeu
7,86%; Unibanco unit recuou
7,72%; Bradesco PN caiu 7,15%;
e Itaú PN, 5%.
Como o mercado europeu já
estava fechado após o derretimento das Bolsas nos EUA, são
fortes as chances de os negócios abrirem em queda hoje na
região -o que pode ser ruim
para o mercado local.
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