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ECONOMIA DE GUERRA
PPI recua 1,6% em outubro, a maior queda desde 1947, e expõe fraqueza da atividade econômica
Preços desabam e indicam recessão nos EUA
DA REDAÇÃO
Ficou mais evidente ontem a
possibilidade de os Estados Unidos viverem um período de recessão. Em outubro, o preço das
mercadorias no atacado caiu
1,6%, o maior recuo mensal desde
que o indicador começou a ser
calculado, em 1947.
A última vez em que os preços
no atacado registraram queda nos
EUA foi durante a crise asiática
(1997-98), mas naquele período o
país não estava no limiar de uma
recessão, como agora. A queda no
Índice de Preços ao Produtor
(PPI, na sigla e inglês) atesta a fraqueza no consumo e na atividade
econômica de uma maneira geral.
Isso fica mais evidente pelo fato
de que a categoria que mais recuou no mês passado foi energia
(deflação de 7,7%). O preço da gasolina no atacado despencou
21,2%, o maior declínio em 15
anos, um reflexo da queda nas
viagens feitas pelos americanos.
Excluindo energia e alimentos
(cujos preços são bastante voláteis), também houve queda, mas
não tão intensa. De acordo com o
Departamento do Trabalho, o
chamado núcleo do PPI declinou
0,5% no mês passado.
Armadilhas
Para um país que sofreu com a
hiperinflação, como o Brasil, deflação pode parecer uma boa notícia, mas esconde armadilhas. Se
os preços caem, as empresas trabalham com uma margem de lucro menor. Resultado: menos investimentos e mais demissões.
Por outro lado, o recuo no preço
de energia (dos combustíveis em
especial) reduz o custo de produção e de transportes dos produtos, dando algum estímulo à indústria. Com preços em queda, o
Federal Reserve (BC dos EUA)
tem maior margem de manobra
para executar novas reduções nos
juros a fim de animar a economia.
"Ainda não acho que seja o momento de começar a debater o
eventual risco de uma deflação",
disse o economista Anthony
Karydakis, do Banc One. "Acho
importante termos em mente que
o PPI é muito mais volátil do que
o CPI [índice preços ao consumidor, que está em torno de 2,5%" e,
por isso, propenso a trazer esse tipo de surpresa."
Com agências internacionais
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