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FINANCIAMENTO
Até outubro, entraram US$ 16 bi; governo prevê queda total de 42%
Investimento direto cai 33% no ano
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os investimentos diretos estrangeiros no Brasil em outubro
somaram US$ 1,3 bilhão, segundo
o Banco Central. O volume no
ano chegou a US$ 16,5 bilhões,
queda de 33% na comparação
com o mesmo período de 2000.
Apesar da queda, o volume se
manteve estável em relação ao
US$ 1,49 bilhão de setembro e ao
US$ 1,41 bilhão de agosto.
O diretor de Política Econômica
do BC, Ilan Goldfajn, disse à Folha que os números de setembro e
outubro mostram que o ataque
terrorista aos EUA não afetaram
de forma significativa o fluxo de
investimentos para o Brasil.
"Certamente não ajudou. Mas
os números mostram que os investimentos diretos são mais resistentes a mudanças de humor
do mercado internacional", afirmou. De acordo com Goldfajn, a
redução no fluxo de investimento
externo já era esperada, por causa
da desaceleração da economia
mundial que já vinha ocorrendo
mesmo antes de 11 de setembro.
A estimativa do BC é que, até o
final do ano, os investimentos estrangeiros cheguem a US$ 19 bilhões. Para que isso aconteça, é
preciso que o país receba US$ 1,25
bilhão por mês até dezembro.
Neste ano, os estrangeiros investiram no Brasil, em média, US$ 1,66
bilhão por mês. Caso a previsão
do BC seja confirmada, o volume
de investimentos estrangeiros recebido pelo país terá caído 42%
em relação ao ano passado. Em
2000, empresas estrangeiras investiram o valor recorde de US$
32,8 bilhões no Brasil.
Para o ano que vem, espera-se
uma queda ainda maior. A projeção do BC é que os estrangeiros
invistam US$ 16 bilhões no Brasil
em 2002, metade do volume recebido no ano passado.
Neste ano, os investimentos estrangeiros vão cobrir 34% do total
de recursos que o Brasil precisa
para fechar as contas externas. Segundo o BC, serão necessários
US$ 56 bilhões para o país equilibrar seu balanço de pagamentos
-que contabiliza todos os dólares que entram e saem do país.
O resto vem de empréstimos
contraídos no exterior pelos setores público e privado. Além disso,
o governo contou com US$ 6,7 bilhões emprestados pelo FMI.
Quando há um desequilíbrio no
balanço de pagamentos, uma das
consequências é a alta do dólar. A
valorização da moeda nos EUA
costuma levar a uma melhora no
resultado da balança comercial, o
que faz com que as contas externas voltem ao equilíbrio.
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