São Paulo, quarta-feira, 10 de novembro de 2004

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China nega investir US$ 20 bi na Argentina

SILVANA ARANTES
DE BUENOS AIRES

O Brasil é a prioridade de investimentos da China na América Latina, e os acordos comerciais do país asiático com a Argentina não chegarão a US$ 20 bilhões, como divulgou extra-oficialmente o governo argentino.
Os esclarecimentos foram feitos anteontem em Buenos Aires pelo funcionário do governo chinês Yang Yang, diretor do Escritório de Informação do Conselho de Estado da República da China.
"A China estabeleceu com o Brasil uma associação estratégica em diversos setores. No século 21, esperamos poder construir sólidas e estáveis relações de cooperação com o Chile e a Argentina e conservar nossa longa e tradicional amizade com Cuba", disse Yang, ao jornal "La Nación".
Enviado para preparar a visita de dois dias (16 e 17/11) do presidente chinês, Ju Hintao, à Argentina, Yang chegou a Buenos Aires no domingo, quando os jornais locais anunciavam em manchete que haveria investimentos do país asiático na Argentina da ordem de US$ 20 bilhões, com destaque para a área de energia.
Para pessoas próximas, o presidente Néstor Kirchner teria dito que os acordos com a China seriam um divisor de águas na história do país.
Yang classificou a cifra de US$ 20 bilhões de "exagerada" e "pouco razoável", embora tenha confirmado a intenção do governo chinês de manter acordos bilaterais com a Argentina, nas áreas de "pesquisa espacial e educação, além de medidas para aumentar o volume de intercâmbio econômico", como disse ao "Clarín".
Após as afirmações de Yang, o chefe-de-gabinete de Kirchner, ministro Alberto Fernández, disse em entrevista na TV que os acordos estão em estudo e que ainda não é possível falar em números nem prazos concretos.
O vaivém de versões sobre eventuais investimentos da China na Argentina foi apontado como causa da queda de 2,13% na Bolsa Merval, registrada ontem.


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