São Paulo, quarta-feira, 10 de novembro de 2004

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Após nove meses de recuperação, salários e vagas no setor atingem em setembro maiores níveis desde 92

Emprego na indústria bate recorde, diz CNI

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os níveis de mão-de-obra empregada e salarial do trabalhador industrial bateram recordes históricos em setembro, segundo dados divulgados ontem pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). Em relação ao mesmo mês de 2003, houve crescimento de 5,99% no número de pessoal contratado, enquanto os salários reais líqüidos (descontados encargos, impostos e corrigidos pela inflação) subiram 11,09%.
Os números são os mais altos de toda a série histórica da pesquisa da CNI, iniciada em 1992. "O resultado do mercado de trabalho é impressionante. São nove meses consecutivos de recuperação", disse Flávio Castelo Branco, economista da confederação.
Ele disse que, em termos anualizados, o crescimento do emprego em setembro foi de 8%. Castelo Branco avalia que o aumento médio no ano de 2004 como um todo será de 4%. Em relação a agosto, o total de pessoal contratado e o nível salarial cresceram 0,78% e 1,04%, respectivamente. Ele disse que só não dá para falar que são os maiores números da história porque, nas décadas de 70 e 80, a expansão do emprego foi forte.
Apesar das contratações, as vendas reais da indústria caíram 1,27% em setembro. Mas Castelo Branco ressalta que o dado não é um sinal de interrupção do crescimento sustentado da economia -aponta só a acomodação do ritmo da atividade industrial, que tem crescido ao longo do ano.
Castelo Branco destacou que as empresas só contratam quando há confiança no crescimento da economia. "E a recuperação do mercado de trabalho realimenta o crescimento econômico."
Já o nível de utilização da capacidade instalada pelo índice dessazonalizado caiu na comparação com agosto (de 83,2% para 83%), mas cresceu em relação ao mesmo mês de 2003 (80,6%).
Paulo Mol, também economista da CNI, destacou que os setores com baixo nível de capacidade ociosa são os mais dispostos a investir na compra de máquinas e equipamentos para atender à alta da demanda esperada para 2005.
Ele ressaltou, contudo, que um "aperto monetário mais intenso", ou seja, elevação maior dos juros pelo Banco Central, poderá comprometer a demanda no ano que vem e levar a uma interrupção dos investimentos industriais. No mês passado, o BC aumentou os juros em 0,5 ponto percentual (para 16,75%), mesmo percentual de elevação esperado pelo mercado financeiro para este mês.


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