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INDICADORES
Após nove meses de recuperação, salários e vagas no setor atingem em setembro maiores níveis desde 92
Emprego na indústria bate recorde, diz CNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os níveis de mão-de-obra empregada e salarial do trabalhador
industrial bateram recordes históricos em setembro, segundo dados divulgados ontem pela CNI
(Confederação Nacional da Indústria). Em relação ao mesmo
mês de 2003, houve crescimento
de 5,99% no número de pessoal
contratado, enquanto os salários
reais líqüidos (descontados encargos, impostos e corrigidos pela
inflação) subiram 11,09%.
Os números são os mais altos de
toda a série histórica da pesquisa
da CNI, iniciada em 1992. "O resultado do mercado de trabalho é
impressionante. São nove meses
consecutivos de recuperação",
disse Flávio Castelo Branco, economista da confederação.
Ele disse que, em termos anualizados, o crescimento do emprego
em setembro foi de 8%. Castelo
Branco avalia que o aumento médio no ano de 2004 como um todo
será de 4%. Em relação a agosto, o
total de pessoal contratado e o nível salarial cresceram 0,78% e
1,04%, respectivamente. Ele disse
que só não dá para falar que são os
maiores números da história porque, nas décadas de 70 e 80, a expansão do emprego foi forte.
Apesar das contratações, as
vendas reais da indústria caíram
1,27% em setembro. Mas Castelo
Branco ressalta que o dado não é
um sinal de interrupção do crescimento sustentado da economia
-aponta só a acomodação do ritmo da atividade industrial, que
tem crescido ao longo do ano.
Castelo Branco destacou que as
empresas só contratam quando
há confiança no crescimento da
economia. "E a recuperação do
mercado de trabalho realimenta o
crescimento econômico."
Já o nível de utilização da capacidade instalada pelo índice dessazonalizado caiu na comparação
com agosto (de 83,2% para 83%),
mas cresceu em relação ao mesmo mês de 2003 (80,6%).
Paulo Mol, também economista
da CNI, destacou que os setores
com baixo nível de capacidade
ociosa são os mais dispostos a investir na compra de máquinas e
equipamentos para atender à alta
da demanda esperada para 2005.
Ele ressaltou, contudo, que um
"aperto monetário mais intenso",
ou seja, elevação maior dos juros
pelo Banco Central, poderá comprometer a demanda no ano que
vem e levar a uma interrupção
dos investimentos industriais. No
mês passado, o BC aumentou os
juros em 0,5 ponto percentual
(para 16,75%), mesmo percentual
de elevação esperado pelo mercado financeiro para este mês.
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