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ANO DO DRAGÃO
Prévia do IGP-M bate recorde e atinge 2,61%, mas mostra recuo no IPA e mais repasses para o consumidor
Inflação diminui no atacado e sobe no varejo
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
Uma ligeira desaceleração da alta dos preços no atacado não foi
suficiente para neutralizar a forte
aceleração no varejo, e a primeira
prévia do IGP-M (Índice Geral de
Preços do Mercado) de dezembro
atingiu 2,61% e superou em 0,30
ponto percentual a primeira de
novembro (2,31%). Alimentos e
transportes lideraram a alta no
varejo.
Como havia sido em novembro,
mais uma vez a prévia foi recorde
do Plano Real, inferior apenas à
primeira de agosto de 1994
(7,58%), quando o índice ainda
estava contaminado pela hiperinflação anterior ao plano. Os preços no varejo, medidos pelo IPC
(Índice de Preços ao Consumidor), subiram 2,60%, mais que o
dobro da alta de 1,22% registrada
na primeira prévia de novembro.
O IPC equivale a 30% do IGP-M.
A aceleração do IPC anulou
com sobras o ligeiro alento vindo
do IPA (Índice de Preços por Atacado), que variou 2,70%, contra
os 2,94% verificados na primeira
prévia do mês passado. O IPA representa 60% na composição do
índice geral.
O número parcial do IGP-M divulgado ontem pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) significa que
nos últimos dez dias de novembro os preços apurados por ela subiram mais da metade da alta verificada nos 30 dias de pesquisa
que resultaram no IGP-M integral
de novembro (de 21 de outubro a
20 de novembro), quando o índice alcançou 5,19%.
A FGV divulga a cada dez dias
um resultado parcial do IGP-M,
um índice de preços que é calculado sob encomenda da Andima
(Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto). A
Andima congrega a maior parte
das instituições do mercado financeiro do país.
Desacelerando
Apesar dos números elevados, o
economista Salomão Quadros,
coordenador da equipe da FGV
responsável pelo cálculo do índice, viu nos números sinais de esgotamento da escalada inflacionária. "Já há sinais de que o processo inflacionário desacelerou
um pouco", disse.
Quadros disse que o IPA, por
ser um indicador de preços industriais, sinaliza o comportamento
futuro dos preços no varejo. Segundo ele, a desaceleração no atacado só não foi maior porque ela
ainda está influenciada pelo aumento dos combustíveis nas refinarias ocorridos em novembro.
Como exemplos de que a situação no atacado começa a melhorar, o economista mostrou que o
trigo teve queda de preços de
3,95%; o cacau, de 7,98%; e a soja,
de 0,26% na primeira prévia de
dezembro. Trigo e soja, especialmente, vinham sendo dois dos
principais vilões da alta de preços.
No varejo, os preços dos alimentos continuaram em forte alta e passaram de 2,19% na primeira prévia de novembro para
3,63% na primeira de dezembro.
Mas o grupo dos transportes foi o
que apresentou a maior alta individual na composição do IPC,
com 5,37%, contra 1,66% na primeira prévia de novembro.
O INCC (Índice Nacional de
Custo da Construção), que havia
tido variação de 1,03% na primeira prévia de novembro, aumentou 2,01% na primeira de dezembro. O INCC corresponde a 10%
do índice geral.
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