São Paulo, terça-feira, 10 de dezembro de 2002

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Fundação Ruben Berta admite perder controle

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Fundação Ruben Berta está disposta a perder o controle acionário da Varig para salvar a companhia, afirmou ontem o presidente da empresa, Manoel Guedes, após se encontrar com o ministro do Desenvolvimento, Sergio Amaral.
"A Fundação já cedeu a questão do controle e aprovou possibilidade de ser acionista minoritária", disse Guedes. Segundo ele, o projeto de reestruturação da Varig exige a entrada de novos investidores. A fundação detém 87% das ações da empresa.
Mas o presidente da Varig descartou a hipótese de uma companhia aérea estrangeira assumir o controle da empresa. Havia rumores de que a alemã Lufthansa poderia comprar a Varig.
"É muito difícil no atual cenário dizer que uma companhia de aviação fará parte como investidor. Acho muito difícil que uma empresa aérea venha a participar do processo de reestruturação", disse Guedes, sobre a eventual entrada da Lufthansa na empresa.
Ele afirmou que existe a possibilidade de um banco estrangeiro entrar como sócio da empresa. O presidente, no entanto, se recusou a dar qualquer detalhe sobre as negociações em curso.
Após a reunião com Guedes, Amaral, por meio de sua assessoria de imprensa, voltou a afirmar que o governo está disposto a ajudar a Varig desde que a empresa apresente um plano que mostre sua viabilidade financeira.
Guedes afirmou que apresentará, em breve, uma proposta de reestruturação ao BNDES. Segundo ele, "o plano estará em linha com o que o banco sugeriu".
No final de novembro, a Fundação Ruben Berta recusou-se a assinar um acordo de reestruturação que tinha a aprovação do governo. Ontem, Guedes afirmou que a Varig não rechaçou o plano na sua íntegra.
Guedes disse que a empresa tem dinheiro suficiente para pagar suas obrigações em dezembro. O executivo admitiu que existem problemas para o pagamento de salários, mas disse que isso está sendo sanado. "Nosso fluxo de caixa está equilibrado até o final do mês." (ANDRÉ SOLIANI)


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