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São Paulo, quarta-feira, 10 de dezembro de 2003

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Bacha espera taxa de 14% a partir de julho

DA REPORTAGEM LOCAL

A falta de estabilidade econômica nos últimos anos torna impossível calcular com precisão a taxa de juros real (descontada a inflação) suficiente para fazer o Brasil crescer sem que haja pressões inflacionárias. A opinião é do economista Edmar Bacha, consultor sênior do Itaú BBA, ex-presidente do BNDES e um dos pais do Plano Real.
Ainda assim, pelas projeções do próprio Bacha -divulgadas ontem em almoço da direção do Itaú BBA com a imprensa-, os juros nominais deverão estacionar em 14% em julho próximo e seguir nesse mesmo patamar até dezembro de 2004.
"Nesse patamar, os juros reais estarão em torno de 9%, e o Banco Central talvez já enfrente pressões inflacionárias", diz Bacha.
Segundo o economista, o cenário do próximo ano para o Brasil é muito bom, com baixos riscos de instabilidade e expansão do PIB (Produto Interno Bruto) de 3,7%. "Bem-vindos à Suíça", disse ele, em tom de brincadeira, no início de sua explanação.
Mas, segundo ele, o país tem um longo caminho a trilhar se quiser voltar a crescer de forma sustentada. "Crescer no ano que vem será fácil. O desafio do Lula agora é tentar garantir bases para o crescimento sustentado", disse.
Segundo Bacha, para isso, serão necessárias aprovações de reformas importantes, como a trabalhista, e avanços na reforma tributária. Outro desafio do governo é fazer os brasileiros recuperarem a confiança na economia brasileira e passarem a fazer investimentos de longo prazo no país.
(ÉRICA FRAGA)


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