|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bacha espera taxa de
14% a partir de julho
DA REPORTAGEM LOCAL
A falta de estabilidade econômica nos últimos anos torna impossível calcular com precisão a
taxa de juros real (descontada a
inflação) suficiente para fazer o
Brasil crescer sem que haja pressões inflacionárias. A opinião é do
economista Edmar Bacha, consultor sênior do Itaú BBA, ex-presidente do BNDES e um dos pais
do Plano Real.
Ainda assim, pelas projeções do
próprio Bacha -divulgadas ontem em almoço da direção do Itaú
BBA com a imprensa-, os juros
nominais deverão estacionar em
14% em julho próximo e seguir
nesse mesmo patamar até dezembro de 2004.
"Nesse patamar, os juros reais
estarão em torno de 9%, e o Banco
Central talvez já enfrente pressões
inflacionárias", diz Bacha.
Segundo o economista, o cenário do próximo ano para o Brasil é
muito bom, com baixos riscos de
instabilidade e expansão do PIB
(Produto Interno Bruto) de 3,7%.
"Bem-vindos à Suíça", disse ele,
em tom de brincadeira, no início
de sua explanação.
Mas, segundo ele, o país tem um
longo caminho a trilhar se quiser
voltar a crescer de forma sustentada. "Crescer no ano que vem será fácil. O desafio do Lula agora é
tentar garantir bases para o crescimento sustentado", disse.
Segundo Bacha, para isso, serão
necessárias aprovações de reformas importantes, como a trabalhista, e avanços na reforma tributária. Outro desafio do governo é
fazer os brasileiros recuperarem a
confiança na economia brasileira
e passarem a fazer investimentos
de longo prazo no país.
(ÉRICA FRAGA)
Texto Anterior: Nos EUA, Federal Reserve mantém juros em 1% e já não teme deflação Próximo Texto: Loteria leva IGP-DI a 0,48% em novembro Índice
|