São Paulo, quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

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Indústria tem melhor desempenho em 4 anos

DO ENVIADO AO RIO
DA SUCURSAL DO RIO

Sob a ótica da produção, a indústria foi o grande destaque do PIB do terceiro trimestre. O setor registrou expansão de 7,1% na comparação com o mesmo período de 2007. Foi o melhor resultado desde o segundo trimestre de 2004 (12,1%).
Em relação ao segundo trimestre, a alta foi de 2,6% na taxa com ajuste sazonal, a mais alta desde o terceiro trimestre de 2006 (3,3%). No acumulado de janeiro a setembro, o PIB industrial avançou 6,5%.
Na indústria do PIB (que engloba mais setores), o desempenho mais vigoroso foi o da construção civil -alta de 11,7% ante o terceiro trimestre de 2007. O ramo foi impulsionado pelo crédito habitacional e pelo aumento da renda e da ocupação, segundo Rebeca Palis, gerente das Contas Nacionais Trimestrais do IBGE.
O segmento da indústria extrativa cresceu 7,8%, com expansão da produção tanto de petróleo e gás (6,2%) como da de minério de ferro (10,6%). O cenário, porém, tende a mudar no último trimestre, com a parada de várias unidades da Vale.
Embalada pelo crédito e pelo avanço de 10,6% da massa salarial, a indústria de transformação, o coração do setor fabril, subiu 5,9% na comparação com o terceiro trimestre de 2007.
Segundo Palis, do IBGE, boa parte dos ramos que lideraram o crescimento tem relação com a expansão do investimento, como máquinas e equipamentos, metalurgia, material elétrico e produtos de metal. Também se destacaram as atividades de farmacêutica, celulose e papel e borracha e plástico.
"A indústria mostrou um resultado mais forte do que se esperava. Até então [terceiro trimestre], a confiança do empresário era positiva. Ele não sentia que a crise iria bater tão forte", diz Cláudia Oshiro, economista da Tendências.
De acordo com Bráulio Borges, da LCA, ao longo de todo o terceiro trimestre a indústria se acelerou na expectativa de um final de ano aquecido. Produziu muito, diz, e conseguiu ampliar a oferta de bens acima da demanda -o que afastou, no período, o risco de inflação.
Tal cenário, porém, mudou rapidamente com o recrudescimento da crise a partir de meados de setembro, diz Borges. "Hoje, a indústria já opera com estoques excessivos."

Serviços
O PIB do setor de serviços cresceu 5,9% no terceiro trimestre de 2008 na comparação com igual período de 2007.
Entre os ramos, o maior destaque ficou com serviços de informação (alta de 10% ante o terceiro trimestre de 2007). O comércio e os serviços de intermediação financeira também registraram bom desempenho.


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