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Aposentados e CUT criticam aumento
Entidade que representa beneficiários do INSS e central sindical discordam de reajuste e de sua concessão por meio de MP
Para confederação de aposentados, aumento teria de ser igual ao do mínimo; CUT queria ao menos 80% da variação do PIB de 2008
DO "AGORA"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Cobap (Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas) e a CUT (Central
Única dos Trabalhadores) criticaram ontem a decisão do governo de conceder ganho real
de apenas metade do aumento
do PIB em 2008 aos aposentados que ganham mais do que o
salário mínimo e a forma de dar
o reajuste por meio de medida
provisória, a ser editada na próxima semana.
"O governo está tramando
por baixo do pano para apunhalar os aposentados. Mas, na
eleição [de 2010], os segurados
do INSS vão se lembrar de todos os deputados que participarem dessa armação", afirmou
Warley Martins Gonçalles, presidente da entidade. A Cobap
defende o mesmo índice real de
reajuste do salário mínimo para todos os aposentados.
O ministro José Pimentel
(Previdência Social) confirmou
ontem que governo irá editar
ainda neste mês uma medida
provisória para conceder o reajuste acima da inflação para os
benefícios de aposentados e
pensionistas, conforme a Folha antecipou ontem. O reajuste vale a partir de 1º de janeiro.
A CUT (Central Única dos
Trabalhadores) não concorda
com o índice apresentado pelo
governo. A central quer ganho
real de 80% do crescimento do
PIB, o que daria reajuste de cerca de 7,55%. Pela decisão do governo, o reajuste será de 6,2%.
"Além disso, queremos uma
política séria de valorização do
mínimo que também favoreça
os aposentados que ganham o
piso do INSS", disse Artur Henrique, presidente da CUT.
O PSDB e o DEM vão manter
a pressão no Congresso para
que entre na pauta de votação o
projeto de lei nº 1/2007 com a
emenda garantindo o mesmo
aumento do mínimo para todos
os aposentados.
"O governo tem medo de perder e está falando em medida
provisória com reajuste menor,
mas o que os aposentados querem mesmo é o aumento igual
ao do mínimo", disse Ronaldo
Caiado (DEM-GO).
PMDB não vê "prioridade"
O PMDB afirmou que apoia a
decisão do governo e que a votação do projeto de lei com a
emenda que estende o aumento do mínimo para todos os
aposentados não é uma prioridade no momento. Segundo o
PMDB, o mais adequado é mesmo a edição de uma medida
provisória para garantir o reajuste dos aposentados.
O presidente do Sindicato
Nacional dos Aposentados da
Força Sindical, João Batista
Inocentini, disse que o índice
de reajuste não é o ideal, mas
que as negociações com o governo podem gerar avanços importantes para os aposentados.
"Com o aumento, vem a promessa de uma política de valorização dos benefícios. A médio
prazo, poderemos recuperar
muito das nossas perdas. Não
podemos esquecer que a proposta do governo é de aumento
real, coisa que há muito tempo
os aposentados não têm", disse
Inocentini.
Aumentos
Como já previa a proposta de
Orçamento para 2010 enviada
ao Congresso em agosto, para
os 18,5 milhões de beneficiários
que ganham um salário mínimo, o ganho real a partir de janeiro será de 5,1%, equivalente
ao aumento do PIB de 2008.
Já os 8,3 milhões que recebem acima do piso previdenciário terão apenas metade do
reajuste, ou seja, 2,55% acima
da inflação de 2009.
"A partir de agora, quem ganha mais do que o mínimo também tem o direito de participar
do crescimento econômico",
afirmou Pimentel. No entanto,
um projeto já aprovado pelo Senado e pronto para ser votado
pelo plenário da Câmara garantia para todos os beneficiários o
reajuste pelo PIB total.
Para o senador Paulo Paim
(PT-RS), autor da emenda, os
aposentados que recebem mais
do que o mínimo terão reajuste
menor por causa da omissão
dos deputados. "O Senado fez a
sua parte aprovando os 100%,
mas faltou à Câmara assumir a
responsabilidade. Depois, nas
eleições, todo mundo vai pedir
voto para os aposentados."
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