São Paulo, quinta, 10 de dezembro de 1998

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NEGÓCIO
Zeneca compra Astra por US$ 37,2 bi
Fusão cria 3º maior grupo farmacêutico

das agências internacionais

O grupo Zeneca, maior fabricante de medicamentos do Reino Unido, e o grupo sueco Astra, quinto do mundo no segmento, anunciaram ontem um acordo de fusão que criará o terceiro maior do setor farmacêutico no mundo.
A Zeneca vai comprar a Astra por US$ 37,2 bilhões. A operação será feita por meio de troca de ações. Pelo acordo, os acionistas da Astra ficarão com 46,5% de ações emitidas e os acionistas da Zeneca, com 53,5%.
A AstraZeneca, como será chamada a nova empresa, somará US$ 67 bilhões em valores de mercado. A expectativa das duas empresas é reduzir em US$ 1,1 bilhão ao ano seus custos anuais.
O anúncio ocorre em meio a uma onda de fusões no setor farmacêutico europeu. Na semana passada, a alemã Hoechst e a francesa Rhône-Poulenc decidiram unir suas operações das áreas farmacêutica e agroquímica.
Na França, a Sanofi SA e a sua rival Synthelabo SA anunciaram uma fusão estimada em mais de US$ 10 bilhões.
A Astra e a Zeneca terão vendas totais de cerca de US$ 15,9 bilhões. A cifra foi calculada com base nos resultados de ambas referentes ao ano passado.
A nova companhia será a terceira no ranking mundial do setor, atrás da Merck & Co. e da Glaxo Wellcome. No mercado norte-americano, a nova companhia ocupará a sétima posição do ranking.
Juntas, as duas empresas vão somar cerca de 53.400 funcionários. Estima-se que aproximadamente 6.000 cargos serão extintos em suas unidades nos próximos três anos.
Mais de mil funcionários serão demitidos somente no Reino Unido em virtude da transferência da sede de pesquisa e desenvolvimento para a Suécia. A sede corporativa da empresa, porém, será mantida em Londres.
² Especulações
As ações da Zeneca tiveram alta de 7,6% ontem, e as da Astra, 12,9%. "É uma combinação que faz sentido", afirma o analista Yves de Vilmorin, que administra US$ 1,3 bilhão no Banque Paluel-Marmont em Paris.
Em março, o grupo Astra divulgara que procurava um parceiro. Nos últimos meses, analistas já especulavam que o Zeneca seria um potencial candidato. O grupo será comandado pelos principais executivos da Zeneca, Tom McKillop, e da Astra, Percy Barnevik.
As fusões na Europa são resultado das dificuldades das empresas do continente para competir com gigantes como a Novartis -combinação das suíças Ciba-Geigy e da Sandoz-, a Glaxo Wellcome e as norte-americanas Pfizer, Merck & Co e Bristol-Myers Squibb.



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