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AVIAÇÃO REGIONAL
Empresa terá crédito de US$ 1,1 bi
Canadá dá subsídio à Bombardier; Itamaraty ameaça recorrer à OMC
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Canadá reacendeu ontem a
disputa que mantém com o Brasil
há quatro anos pelo mercado de
aviação. O governo canadense
anunciou que irá conceder subsídios à Bombardier, na forma de
garantias de crédito de cerca de
US$ 1,1 bilhão.
O objetivo é "fazer com que a
companhia tenha condições de
vencer a Embraer" na disputa por
um contrato, cujo valor pode
atingir US$ 2 bilhões, para a fabricação de 75 aeronaves para a Air
Wisconsin. A empresa tem ligações com a norte-americana United Airlines.
O anúncio foi feito em Ottawa
pelo ministro da Indústria do Canadá, Brian Tobin. De acordo
com ele, essa foi a única forma de
garantir as condições de competição da Bombardier.
"Trata-se de uma medida excepcional, mas necessária para
proteger os empregos de 24 mil
canadenses, que estarão em risco
se o Brasil continuar a desobedecer às regras de comércio internacional estabelecidas pela OMC",
afirmou Tobin.
O Brasil reagiu, no final início
da noite de ontem, por meio da
divulgação de uma nota Ministério de Relações Exteriores.
"O governo brasileiro tomou
conhecimento das declarações do
ministro BrianTobin (Indústria)
de que o governo canadense decidiu conceder subsídios à empresa
Bombardier".
No documento, o Itamaraty
afirma que o objetivo do subsídio,
segundo os canadenses, é o mesmo que permitir à Bombardier
vencer a Embraer numa licitação
de US$ 2 bilhões para a empresa
norte-americana Air Winconsin.
"O governo brasileiro deplora
essa decisão canadense, que discrepa do curso até então seguido
pelos dois países no tratamento
desta controvérsia no âmbito da
OMC (Organização Mundial do
Comércio)", diz a nota.
Retaliação
O Canadá acusou o Brasil, na
OMC, de conceder subsídios ilegais para a Embraer.
A OMC concordou com os argumentos canadenses e o governo foi obrigado a mudar as regras
do subsídio às exportações, do
Proex (Programa de Financiamento às Exportações).
Mesmo após as mudanças, o
Canadá considera o Proex em desacordo com as regras internacionais. Por isso, a OMC autorizou o
Canadá a retaliar o Brasil em até
US$ 1,3 bilhão até 2005.
O Brasil também acusou o programa canadense de subsídios.
Segundo a nota divulgada ontem,
"ao contrário do Brasil, o Canadá,
que teve dois de seus programas
de apoio à sua indústria condenados pela OMC, modificou apenas
um deles até o momento".
Para o Itamaraty, "ao anunciar
essa concessão de subsídios, o governo canadense, além de afastar-se dos caminhos legais previstos
pela OMC, admite publicamente
o que sempre havia negado, ou
seja, a utilização de práticas ilegais
de subsídio".
O Itamaraty afirmou que vai tomar as medidas cabíveis contra o
Canadá. Ou seja, poderá ir à OMC
contra o país.
Com agências internacionais
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