São Paulo, quinta-feira, 11 de janeiro de 2001
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AGRICULTURA Liberação da exportação para regiões, que têm 55 mi de cabeças de gado, ainda depende de auditoria Dez Estados ficam livres da febre aftosa DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O governo federal concluiu que os rebanhos bovinos dos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Tocantins, Mato Grosso do Sul, parte de Minas Gerais, Mato Grosso, São Paulo e Goiás (zonas "tampão") estão livres da febre aftosa. Esses Estados compõe o Circuito Pecuário Leste, com 55 milhões de cabeças de gado. Considerando os rebanhos de outras regiões do país livres da febre aftosa, o Brasil teria, de acordo com o governo federal, um rebanho de 125,8 milhões de cabeças de gado livres da febre aftosa. A saúde dos rebanhos brasileiros declarados livres de febre aftosa no Circuito Pecuário Leste, no entanto, ainda precisa ser auditada pela OIE (Organização Internacional de Ipizootias) para que o país possa negociar a entrada da carne em outros países. A reunião da OIE que pode liberar os rebanhos brasileiros começa no próximo dia 22. Entre janeiro e novembro do ano passado o Brasil exportou 100.826 toneladas de carne, equivalentes a US$ 141,6 milhões. Em relação ao mesmo período do ano de 1999, o volume exportado aumentou 47% e a receita com as exportações teve acréscimo de 35,3%. Argentina Ontem, logo após o anúncio oficial da liberação do rebanho do Circuito Pecuário Leste, o governo federal enfrentou um problema político com o governo do Estado do Rio Grande do Sul. O secretário de Agricultura do Estado, José Hermeto Hoffmann, disse que manterá oito bloqueios existentes na fronteira do Rio Grande do Sul com a Argentina. "É melhor pecar por excesso de zelo do que por omissão, que poderá resultar em novos focos de febre aftosa do Estado", afirmou o secretário. O ministro Marcus Vinícius Pratini de Moraes (Agricultura) reagiu e disse que o secretário de Agricultura do Rio Grande do Sul estava "fazendo política". "E se a Argentina fechar suas fronteiras com o Brasil?", perguntou o ministro. Exame Hoffmann condicionou a abertura da fronteira com a Argentina a um exame a ser feito no rebanho argentino pelo Centro Panamericano de Aftosa. No fim da tarde, o secretário de Defesa Agropecuária, Luiz Carlos de Oliveira, informou que pedirá à Argentina que submeta o seu rebanho ao exame. Rio Grande do Sul Em agosto do ano passado, após a descoberta de casos da doença no rebanho gaúcho, o governo brasileiro informou que isso poderia prejudicar a ampliação da exportação de suínos brasileiros para a Ásia e para a Rússia. O problema foi localizado na região de Jóia e levou o Ministério da Agricultura a proibir na ocasião o trânsito de bovinos, suínos e ovinos e de seus derivados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina para os demais Estados e o exterior. Foram os primeiros casos registrados na região Sul desde dezembro de 1993. Embora o governo nunca tenha divulgado qual o prejuízo provocado na venda externa de carnes com isso, a descoberta da febre aftosa pode ter dificultado nesse ano o aumento das exportações do produto. Exportação No ano passado, a estimativa do governo era vende quase US$ 1 bilhão em carnes. Cerca de 40% do volume exportado sai do Mato Grosso do Sul. Rio Grande do Sul e Santa Catarina respondem por 10%. Na época também foram registados caso no Paraguai, o que provocou o fechamento da fronteira desse país com o Mato Grosso do Sul. Texto Anterior: Títulos públicos serão vendidos pela Internet Próximo Texto: Fim de restrição no MS depende de aval da OIE Índice |
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