|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ANO DO DRAGÃO
Taxa estoura meta com o FMI e registra maior patamar desde 95; IPCA acumulado no Real atinge 137,93%
Comida puxa, e inflação de 2002 é de 12,53%
BONANÇA MOUTEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
O IPCA (Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo), a
taxa oficial de inflação, alcançou
12,53% no ano passado - a mais
alta desde os 22,41% apurados em
1995. Em dezembro, o índice ficou em 2,1%, abaixo dos 3,02% de
novembro. Apesar da desaceleração no ritmo de alta, essa foi a segunda maior taxa do ano, segundo os dados divulgados ontem
pelo IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística).
Com o resultado, confirmou-se
o estouro das metas de inflação
do governo com o FMI. O último
acerto estimava teto de 11%.
Segundo Eulina Nunes dos Santos, gerente do Sistema de Índice
de Preços do IBGE, a inflação do
ano passado foi causada pela alta
do dólar. O grupo de alimentos e
bebidas registrou reajuste de
19,47%, o maior desde 1995.
O grupo habitação - que inclui
alguns preços administrados como energia elétrica e gás de cozinha - apresentou comportamento quase idêntico. Foi o segundo maior aumento de 2002
(12,97%). Esse grupo não tinha
reajuste de dois dígitos desde
1997. Com altas superiores a 10%
em 2002 aparecem os setores de
artigos de residência, telefonia fixa, saúde e cuidados pessoais.
Luís Carlos Ewald, da Fundação
Getúlio Vargas, apontou efeito
dominó nos preços de todos os
produtos, puxados pelas commodities. O trigo subiu 75,57%, provocando aumento de 37,14% do
pão francês e 38,12% no macarrão. O reajuste do óleo de soja alcançou 73,07%, e a farinha de
mandioca subiu 54,69%.
Os combustíveis também tiveram reajustes menores, mas o índice não captou o último aumento da gasolina (12,8%) e do gás
(7,12%) do final de dezembro. A
coleta do IPCA terminou dia 26.
O economista Luís Afonso Fernandes Lima, do BBV, lembrou
que a inflação esteve concentrada
no segundo semestre -entre janeiro e junho, o IPCA apontara
aumento de 2,94% nos preços.
A inflação do Real medida pelo
IPCA encerrou 2002 em 137,93%.
Segundo Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos, a influência do dólar
foi mais forte nos últimos dois
anos, mas esteve presente em outros momentos. Foi, por exemplo,
responsável pela inflação de
8,94% de 1999, ano da adoção do
câmbio flutuante.
Texto Anterior: Aviação: Aerolíneas faz planos de aliança com a Varig Próximo Texto: Saiba mais: BC dará explicação à Fazenda sobre estouro da meta Índice
|