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Texto dá margem à ação no câmbio, aponta consultor
DA REPORTAGEM LOCAL
Se depender da Receita Federal, os investimentos de empresas brasileiras com subsidiárias
no exterior serão taxados. A
determinação consta da medida provisória 232 e provocou a
desconfiança dos especialistas.
Para o consultor Álvaro
Taiar, da PricewaterhouseCoopers, o texto atual dá margem à
especulação no mercado financeiro. O motivo é o índice a ser
usado no cálculo dos tributos.
Se o Congresso confirmar a intenção da Receita e aceitar a taxa de câmbio praticada no último dia do ano como indexador, existe a possibilidade de o
governo lançar mão da política
monetária, se achar necessário,
para engordar a arrecadação.
Ou seja, quando precisasse
engordar o caixa, o governo
poderia usar os "dealers", bancos habilitados para atuar no
mercado de câmbio em nome
do Banco Central, para interferir na cotação. Ao elevar artificialmente a taxa de câmbio, inflaria o valor cobrado das subsidiárias estrangeiras.
"Interessante a Receita ter
decidido por essa medida justamente quando o dólar só tende a subir", afirmou Taiar.
"A redação atual nivela empresas sonegadoras e companhias que nunca tiveram problemas com o fisco. Precisa de
adequações", disse.
(JL)
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