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APLICAÇÕES
Recursos investidos no sistema VGBL dobraram até novembro de 2004 em relação ao mesmo período do ano anterior
Previdência privada deve chegar a R$ 60 bi
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os recursos aplicados em planos de previdência complementar devem totalizar R$ 60 bilhões
em 2004 e bater em R$ 100 bilhões
neste ano, segundo projeção da
Anapp (Associação Nacional da
Previdência Privada).
Até novembro, esses recursos
-chamados de reservas técnicas- chegavam a R$ 58,7 bilhões.
"Em dezembro a captação é
maior, por ser o prazo final para o
investidor usufruir do benefício
fiscal oferecido pelo PGBL", observa Osvaldo do Nascimento,
presidente da Anapp, justificando
as projeções.
O PGBL é indicado para quem
faz a declaração de Imposto de
Renda no formulário completo,
que permite o abatimento dos valores aplicados no plano até o limite de 12% da renda bruta. Aplicam nesse produto pessoas com
renda anual em torno de R$ 40
mil, em média.
Mas o que vem impulsionando
o mercado de previdência nos últimos anos é o VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres). "Até
novembro, as reservas do VGBL
dobraram em relação a 2003",
afirma Nascimento.
Segundo os dados da Anapp, o
total de recursos aplicados nesse
plano saltaram de R$ 8,2 bilhões,
em novembro de 2003, para R$
16,9 bilhões - exatos 106,3% de
crescimento.
O VGBL costuma ser indicado
para contribuintes que declaram
IR pelo modelo simplificado, já
que os aportes no plano não são
dedutíveis. Sua clientela são profissionais liberais, trabalhadores
em regime de terceirização, pessoas do mercado informal ou,
simplesmente, quem não tem
renda suficiente para usar a declaração completa de IR e beneficiar-se do incentivo fiscal do PGBL.
Tributação
A expansão do mercado esperada para este ano pela Anapp deverá ser impulsionada pela nova tributação dos produtos de previdência estabelecida na lei 11.053,
em vigor desde o dia 1º deste mês,
segundo Nascimento.
O novo regime tributário para
quem investir nesses produtos a
partir deste ano deverá premiar as
aplicações de longo prazo. Foram
criadas seis faixas de alíquota -
desde 35% para quem ficar até
dois anos no plano de previdência, até 10% para aplicações por
prazos superiores a dez anos. Antes havia apenas duas alíquotas de
IR, de 15% e de 27,5%, dependendo do valor resgatado. Nos dois
casos o IR é cobrado no resgate e
incide sobre o valor total sacado.
Nascimento diz que o novo regime tributário deverá incentivar
as instituições financeiras a lançar
novos produtos para atrair clientes mais jovens que tenderiam a
permanecer mais tempo no plano. Hoje a idade média dos participantes desses planos é 34 anos.
"A idade média deverá cair", diz.
Também ajudará a impulsionar
o mercado, neste ano, a aprovação pela Susep (Superintendência
de Seguros Privados) da figura do
empréstimo dentro dos planos de
previdência. A medida, que deverá ser aprovada no primeiro semestre, visa evitar que o investidor saque a aplicação para compra de casa própria, reformas ou
para tratamento de saúde.
"Nesses casos, a pessoa poderá
pedir empréstimo bancário e usar
os recursos do plano como garantia ao financiamento, beneficiando-se de juros mais baixos", diz.
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