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Varejo tem crescimento modesto, diz estudo
Casas Bahia é a única brasileira entre as 250 maiores cadeias de varejo do mundo; Wal-Mart é líder
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O setor varejista no Brasil
tem um dos crescimentos
"mais modestos" da América
Latina, inferior ao obtido nos
mercados da Argentina, do Chile e da Venezuela. A afirmação é
do estudo "2007 Global Powers
of Retailing" ("Poderosos Globais do Varejo 2007"), com ranking com 250 empresas do segmento elaborado pela Deloitte
e obtido pela Folha.
Apenas uma empresa brasileira, a Casas Bahia, entrou na
lista das 250 redes com maior
faturamento no mundo. Com
receita de cerca de US$ 4,8 bilhões em 2005, a cadeia de móveis e eletrodomésticos ficou
na 138ª colocação -no ano anterior, ela ocupava a 198ª posição, com US$ 3 bilhões.
O Wal-Mart continua a ser a
rede de varejo mais poderosa
do mundo. Ela obteve US$
312,4 bilhões em receita em
2005 e permaneceu na primeira posição.
O levantamento contabilizou
os desempenhos das companhias no ano fiscal de 2005
(encerrado em julho do ano
passado) e inclui as diversas
áreas do comércio, como construção civil, alimentos, eletrônicos e decoração.
A presença mais marcante
do Brasil no estudo se resume à
posição da cadeia da família
Klein no ranking global - algo
visto com um certo otimismo
pela consultoria. "Já fico feliz
de os brasileiros aparecerem",
diz Altair Rossatto, sócio da
Deloitte para o atendimento de
varejo e bens de consumo.
"Estamos falando de um
mercado muito competitivo,
com empresas de atuação global, administração profissionalizada, que exploram algumas
regiões onde há crescimento
econômico. É um grupo seleto
mesmo, difícil de pertencer".
O Pão de Açúcar, com R$ 16,1
bilhões (US$ 6,6 bilhões), a
maior rede de supermercados
do país, não aparece no estudo.
A venda de metade dos negócios do grupo para a cadeia
francesa Casino em 2005
-motivado pela necessidade
de o grupo capitalizar-se, de
maneira barata, para fazer investimentos- fez a Deloitte
optar por somar os resultados
da brasileira no desempenho
do Casino.
Para analistas do setor, fatores ligados à expansão do consumo em determinados países,
como China, Índia e Rússia,
motivaram o crescimento de
empresas instaladas nessas regiões. O Brasil não tem uma
empresa global de varejo.
A deflação nos preços em
certas economias -como a
ocorrida no varejo brasileiro-
também afetaram o resultado,
porém de forma negativa.
Quanto maior a erosão nos preços, mais produtos as empresas
precisam vender para fazer a
receita subir.
Na avaliação da Deloitte, a
elevada taxa de juros no país
também contribui de forma
negativa para o desempenho
das redes. Altas taxas espantam o investimento e também
inibem o consumo.
Segundo o levantamento, as
vendas totais das 250 empresas
somaram US$ 3 trilhões no ano
fiscal de 2005, 6% acima do verificado no ano anterior. Na lista, após o Wal-Mart, estão o
Carrefour e a Home Depot.
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