São Paulo, sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

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Acionistas dizem que compra ainda não fechou

DA SUCURSAL DO RIO

Os acionistas controladores da Telemar Participações (controladoras do grupo Oi) confirmaram, pouco antes da abertura dos negócios na Bovespa, que estão em negociação para a compra do controle acionário da Brasil Telecom e que as conversas entre os acionistas dos dois grupos haviam se acelerado nas últimas horas.
A declaração foi feita por meio de fato relevante enviado à Bovespa e à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que havia pedido esclarecimentos às duas concessionárias, diante do vazamento da informação, pelo site da revista "Veja", no final da tarde de anteontem, de que a Oi oferecera R$ 4,8 bilhões pela compra do controle da Brasil Telecom.
A empresa não contestou a cifra, mas disse que os valores discutidos durante os entendimentos são ""meramente indicativos" e dependerão da estrutura e da configuração do negócio, se for concluído.
Executivos dos fundos de pensão acionistas da BrT asseguravam, no início da noite de ontem, que, se aparecerem outros candidatos com proposta de preço maior do que a da Oi, a aceitariam. Segundo um diretor ouvido pela Folha, os fundos não teriam compromisso com o discurso nacionalista de criação de uma grande tele nacional para se contrapor a grupos como Telefónica e Telmex.
Segundo esse executivo, a proposta de preço da Oi foi considerada atraente pelos acionistas controladores da BrT (Citibank e fundos de pensão), que vêm preparando a empresa para a venda desde 2005, quando assumiram a gestão da companhia, afastando o grupo Opportunity. O Citi enfrenta sérias dificuldades na crise financeira nos EUA.

Fundos
Executivos dizem que a principal ponta por amarrar na negociação com a Oi é a participação dos fundos de pensão no controle da nova Oi. Os fundos têm 19,9% do capital da Telemar Participações (que controla as operadoras de telefonia fixa e móvel), por intermédio de uma empresa chamada Fiago, e querem ampliá-la.
A Fiago faz parte do bloco de controle da Telemar, mas foi afastada da gestão pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) pelo fato de os fundos também serem controladores da BrT. Com a venda da BrT, eles podem reassumir seus direitos na Oi.
(ELVIRA LOBATO)

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