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Bernanke anima investidor, e Bolsas fecham em alta
Bovespa avança 1,34% com expectativa de que EUA voltem a reduzir os juros
Nos EUA, Dow Jones sobe 0,92%; aumenta a
expectativa de que o Federal Reserve reduza taxa em 0,5 ponto percentual
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O discurso de Ben Bernanke,
presidente do Fed (o banco
central dos EUA), reforçou as
apostas do mercado financeiro
de que haverá uma nova redução nos juros básicos americanos. As Bolsas de Valores nos
EUA, após muito oscilarem, fecharam com valorizações. Na
Bovespa, a alta no pregão de ontem ficou em 1,34%, o que a
conduziu aos 63.515 pontos.
O mercado de câmbio brasileiro também refletiu o clima
mais tranqüilo no dia: o dólar
recuou 0,73% e encerrou vendido a R$ 1,757.
Para o mercado acionário, juros menores representam a
possibilidade de uma migração
de recursos antes alocados em
papéis da dívida, especialmente
nos títulos do Tesouro dos Estados Unidos. Como esses papéis passam a dar rentabilidade
menor, os investidores tendem
a aceitar correr mais riscos para ter melhores retornos, sendo
a Bolsa um dos destinos.
O índice Dow Jones, que
agrupa as ações americanas
mais negociadas, encerrou ontem com alta de 0,92%. A Bolsa
eletrônica Nasdaq subiu 0,56%.
Segundo operadores, o mercado futuro de juros norte-americano passou a projetar a
expectativa majoritária de que
a taxa básica dos EUA cairá de
4,25% para 3,75% anuais. Até o
começo da semana, as projeções apontavam mais fortemente para uma redução dos
juros para 4% anuais.
O Fomc (comitê do banco
central dos EUA que define os
juros) vai se reunir nos próximos dias 29 e 30.
"Vi uma ênfase maior no discurso do Bernanke no sentido
de que haverá novo corte de juros. O recado foi muito nítido e
uma redução de 0,5 ponto passou a ser o mais provável", diz
José Francisco Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator.
Na Europa, os mercados tiveram pregões mais mornos.
Tanto o BCE (Banco Central
Europeu) quanto o Banco da
Inglaterra mantiveram suas taxas de juros inalteradas, em 4%
e em 5,5%, respectivamente.
A Bolsa de Frankfurt encerrou em baixa de 0,89%, e a de
Londres recuou 0,80%.
"Vivemos ainda um momento de muitas incertezas. Temos
nos deparado com dados econômicos bastante ambíguos
nos EUA. Assim, seguirá forte a
volatilidade no mercado financeiro mundial", diz Newton Rosa, economista-chefe da Sul
América Investimentos.
Para a Bolsa brasileira, onde
cerca de 35% das operações estão nas mãos de investidores
estrangeiros, a queda de juros
nas principais economias pode
representar um estímulo extra.
No pregão de ontem, as ações
do grupo Oi (antiga Telemar)
voltaram a ser destaque.
No topo das valorizações do
índice Ibovespa, apareceu a
ação Telemar PN, com ganhos
de 13,60%. O papel Telemar
Norte Leste PNA subiu 5,43%.
O mercado esperava a confirmação da compra da Brasil Telecom pela empresa.
As ações da Brasil Telecom,
que estiveram entre as que
mais subiram na semana passada, terminaram em queda ontem. O papel PN da Brasil Telecom teve baixa de 4,54%.
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