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Para bancos, setor deve afetar avanço nos EUA
DA REPORTAGEM LOCAL
DA REDAÇÃO
O Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em
inglês), que reúne os maiores
bancos do mundo, afirmou em
relatório ontem que será o setor financeiro, e não o mercado
imobiliário, que deverá afetar o
crescimento econômico dos
EUA neste semestre.
Para a entidade, os bancos
comerciais devem responder às
perdas recentes com investimentos em títulos ligados a hipotecas "subprime" (para pessoas com histórico ruim de pagamento) assumindo em seus
balanços prejuízos dos quais
antes eles não assumiam crédito. Além disso, ela prevê mais
cautela nos gastos por parte de
empresas e domicílios.
Segundo o IIF, a crise do
mercado imobiliário, centro
das preocupações em relação
ao futuro da economia americana, deve se intensificar neste
ano, mas não tão "dramaticamente" como em 2007.
Apesar das preocupações, a
entidade dos bancos diz acreditar que uma recessão nos Estados Unidos "não é o cenário
mais provável" para este ano.
Ela estima, no entanto, uma desaceleração, com o PIB (Produto Interno Bruto) crescendo
2,1% no ano, ante 2,9% no ano
passado.
De acordo com o organismo,
três fatores deverão impedir
um período de recessão nos
EUA: a continuidade da política
de corte de juros pelo Fed (Federal Reserve, o banco central
americano), a "relativa boa forma" do setor corporativo e o
aumento das exportações das
empresas do país.
A crise dos bancos também é
apontada como o principal motivo para a desaceleração da zona do euro. As instituições financeiras da região, diz o IIF,
foram "provavelmente as mais
atingidas de todas [pela crise] e
isso tem se refletido no aperto
das condições de empréstimo".
A estimativa é que os países que
usam a moeda européia crescerão 2,2% neste ano -avanço
0,5 ponto percentual inferior
ao projetado para 2007.
Pelas previsões da entidade,
a economia mundial deve voltar a se acelerar no segundo semestre deste ano. No entanto,
ela pede maiores cortes nos juros para os bancos centrais dos
países ricos, assim que eles "se
sentirem confiantes de que o
pior já passou". Afirmou ainda
que a inflação é uma das grandes preocupações neste ano.
Brasil
Para o Brasil, o IIF prevê um
crescimento de 4,7% neste ano,
abaixo dos 5,3% estimados para
2007 como um todo e inferior
aos 6,9% projetados para os
países emergentes -a China,
por exemplo, deve se expandir
em 10,5% neste ano. Ele atribui
a redução aos efeitos da desaceleração na economia mundial,
associado possivelmente ao fim
do processo de cortes nos juros
brasileiros, com o objetivo de
conter a escalada nos preços.
De acordo com o IIF, a inflação subiu na América Latina
devido ao crescimento robusto
das economias pelo quarto ano
seguido, o que teria diminuído
a diferença entre a oferta e a demanda de produtos, colaborando para pressionar os preços. A
previsão é que a inflação ao
consumidor brasileiro, medida
pelo IPCA, fique em 4,5% neste
ano, após uma alta estimada em
4,2% em 2007.
"A demanda doméstica continuará sendo o principal condutor do crescimento, mesmo
em um ritmo reduzido", diz o
IIF. O organismo afirma ainda
que o Brasil terá déficit em
transações correntes, conta
que mede a negociação de bens
e serviços com o exterior, sem
precisar um montante.
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