São Paulo, segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

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G7 teme que crédito ruim gere perdas de US$ 400 bi

Ricos pedem fim de subsídios ao petróleo na Ásia

DA REPORTAGEM LOCAL

O G7, grupo dos sete países mais ricos do mundo, teme que as perdas com os créditos imobiliários de alto risco nos EUA cheguem a US$ 400 bilhões, segundo Peer Steinbrück, ministro alemão da Economia.
Até o momento, as perdas assumidas pelos bancos com esses papéis somam US$ 120 bilhões. No ano passado, o Federal Reserve (BC dos EUA) estimava os prejuízos entre US$ 100 bilhões e US$ 150 bilhões.
Reunidos em Tóquio, ministros de Economia e presidentes de BCs dos EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá fizeram um apelo para que as instituições financeiras reconheçam o mais rápido possível todas as perdas provenientes desse mercado.
A crise das hipotecas americanas de alto risco emergiu no segundo semestre do ano passado e, desde então, tem motivado aperto no crédito e perdas nos mercados financeiros. Em janeiro, o quadro se agravou quando os maiores bancos americanos divulgaram queda nos lucros por conta de perdas contábeis com esses papéis.
O diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, descartou a possibilidade de ajuda financeira cogitada pelos ministros do G7, dizendo que o Fundo terá um papel limitado e mais analítico, como na localização dos problemas relacionados com a crise. "O trabalho do FMI será mais de análise das ligações entre o setor financeiro e o real. Mas obviamente os ministros do G7 querem que o Fundo faça mais do que isso."
O presidente do BC italiano, Mario Draghi, não descartou a possibilidade de ajuda dos governos aos bancos, mas destacou que o próprio mercado deve encontrar uma solução.
O G7 concluiu sua cúpula ministerial admitindo que a situação da economia internacional é "incerta", mas não vê os EUA caindo em uma recessão. O G7 não descarta "ações conjuntas" para garantir a estabilidade da economia internacional.

Óleo sem subsídio
O grupo pediu também o fim dos subsídios ao petróleo adotados na China, Índia e Indonésia para proteger os consumidores dos elevados preços de energia. "Deveria evitar-se baixar artificialmente os preços da energia por meio de medidas fiscais", diz o comunicado.
O fim do subsídio ao petróleo poderia amenizar a procura em alguns dos países de maior crescimento econômico, aliviando as pressões sobre os preços. O governo chinês paga compensações às refinarias que vendem combustível a preços mais baixos. Só a maior refinaria do país (Sinopec) recebeu subsídios equivalentes a R$ 3,5 bilhões nos últimos dois anos. Na Índia, as refinarias receberam R$ 4,9 bilhões em subsídios, e, na Indonésia a ajuda deve ficar em R$ 20,3 bilhões.
O G7 fez ainda um apelo para que os países exportadores de petróleo elevem a produção.


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