São Paulo, quinta-feira, 11 de março de 2004

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PREÇOS

Índice vai a 0,66% na 1ª pesquisa de março, ante 0,08% em fevereiro; em São Paulo, IPCA da Fipe avança para 0,25%

Prévia do IGP-M confirma pressão no atacado

DA SUCURSAL DO RIO

A primeira prévia do IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) de março mostrou forte aceleração inflacionária, originária dos preços no atacado. O índice alcançou 0,66%, ante 0,08% na primeira prévia de fevereiro.
O índice corresponde ao período de 21 a 29 do mês passado.
O IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna), que também é calculado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), já havia mostrado anteontem que os preços estavam subindo fortemente no atacado, apesar de os últimos índices de preços no varejo mostrarem desaceleração.
Na primeira prévia, os preços no atacado, medidos pelo IPA (Índice de Preços por Atacado), passaram de uma queda de 0,09% para uma alta de 0,78%. Ao mesmo tempo, os preços no varejo, medidos pelo IPC (Índice de Preços ao Consumidor), subiram apenas 0,23%, ante 0,44% na primeira prévia do mês passado.
Os aumentos de 14,61% no óleo de soja e de 16,03% no preço dos ovos no atacado foram os grandes vilões do índice. Segundo o economista Artur Sobrinho Sanches, analista da FGV, os dois itens responderam por 80% da aceleração do IPA no período pesquisado.
O IGP-M é composto pelo IPA (60%), o IPC (30%) e o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção), que tem peso de 10%.

São Paulo
A inflação na cidade de São Paulo nos últimos 30 dias até 7 deste mês foi de 0,25%, acima do 0,19% de fevereiro, informou a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). Além disso, a pressão por reajustes vinda das matérias-primas começa a aparecer nos preços aos consumidores.
No início de fevereiro, o acompanhamento dos produtos industrializados constantes no Índice de Preços ao Consumidor mostrava deflação. A nova pesquisa já registra reajuste médio de 0,37%.
Paulo Picchetti, coordenador do IPC da Fipe, diz que esses argumentos, mais a divulgação de crescimento de 0,8% da produção industrial, são perfeitos para justificar a manutenção dos juros.
Essa mudança de rumo da inflação, no entanto, "não surpreende e não assusta", segundo Picchetti. As taxas atuais estão dentro das margens de previsão de alta, que é de 0,40% para este mês.
O aumento dos preços no atacado vai pressionar o varejo. Mas o repasse para o consumidor vem sempre com intensidade bem menor, diz Picchetti.


Colaborou Mauro Zafalon, da Redação

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