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CRESCIMENTO EM XEQUE
Produção está estabilizada há três meses, diz o IBGE
Reação da indústria perde o fôlego
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Depois de cair em dezembro, a
produção da indústria voltou a
subir em janeiro -0,8% na comparação com o mês anterior, descontados fatores sazonais (típicos
de cada período). O setor cresce
mais do que no início de 2003,
mas numa velocidade menor do
que a registrada entre julho e novembro do ano passado.
"A reação [da indústria] começou muito forte, mas perdeu fôlego. Há, desde novembro, uma estabilização no nível de produção",
disse Silvio Sales, chefe da Coordenação de Indústria do IBGE.
Em relação a janeiro de 2003, o
crescimento da indústria foi de
1,7%. Em dezembro de 2003, a
produção havia caído 1%.
Na análise do IBGE, a produção
da indústria, depois da recuperação em meados do ano passado,
praticamente se estabilizou nos
últimos três meses. Segundo Sales, não há, neste momento, um
cenário de forte expansão.
Segundo a consultoria Global
Invest, apesar de positivo, o resultado de janeiro não deve ser comemorado, pois foi constituído
basicamente sobre os setores voltados à exportação e à agropecuária, que foram os pilares de sustentação da economia brasileira
em 2003, mas insuficientes para
evitar a queda de 0,2% do PIB.
Apesar do crescimento em janeiro, a indústria registra alta de
apenas 0,2% no acumulado dos
últimos 12 meses. Em 2003, o setor teve expansão de 0,3%.
Um dado positivo apresentado
ontem pelo IBGE é que a produção de bens não-duráveis (alimentos, bebidas, vestuário etc.)
cresceu pela primeira vez desde
setembro. Houve alta de 2,2% em
relação a dezembro na comparação com ajuste sazonal.
O crescimento de janeiro, porém, foi liderado, mais uma vez,
por bens duráveis (expansão de
3% ante dezembro) e bens de capital (4,5%). O primeiro foi beneficiado pela redução dos juros ao
longo de 2003 e pelo conseqüente
aumento da oferta de crédito.
Segundo Sales, os cortes de juros realizados pelo Banco Central
em 2003 estão fazendo efeito agora sobre o consumo de bens duráveis. Com mais financiamentos,
cresceu a produção de eletrodomésticos (alta de 11,7%) e automóveis (14,4%) na comparação
com janeiro de 2003.
No caso dos veículos, as exportações também ajudaram o segmento. Já a produção dos bens de
capital (máquinas e equipamentos) subiu devido às maiores encomendas do setor agrícola.
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