São Paulo, quinta-feira, 11 de março de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Presidente do BC pede atenção à inflação, e investidores descartam queda de juro; só ação da Embratel sobe

Bolsa cai 4,43% com declaração de Meirelles

DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado financeiro sepultou ontem a expectativa em torno da possibilidade de a taxa básica de juros vir a ser reduzida na semana que vem. Como resultado, a Bovespa despencou 4,43%, o terceiro pior pregão no ano. Juros futuros, dólar e risco-país subiram.
O movimento negativo começou ainda na manhã de ontem, após a divulgação do resultado da produção industrial de janeiro. Uma declaração do presidente do BC, Henrique Meirelles, que sinalizou que o Copom (Comitê de Política Monetária) manterá sua posição conservadora na reunião da próxima semana, intensificou o mau humor dos investidores. No fim da tarde, o resultado da primeira prévia do IGP-M de março, que ficou em 0,66%, terminou de azedar o mercado.
O dólar subiu 0,66%, para R$ 2,902. Foi a primeira vez no mês que a moeda fechou acima de R$ 2,90. O risco-país registrou alta de 3,2%, fechando aos 550 pontos. Os C-Bonds tiveram queda de 1,45%, para US$ 0,9713.
Em Nova York, o presidente do BC afirmou que o país tem de ficar muito atento à inflação e que o governo considera a estabilidade nos preços como precondição para o crescimento da economia brasileira. Para o mercado, a declaração significou que o Copom não vê motivos para alterar sua posição cautelosa, ou seja, manterá a Selic nos atuais 16,5% ao ano.
Sem taxas de juros menores, o mercado de ações perde em atratividade para aplicações que acompanham os juros, como os fundos DI e de renda fixa.
Apenas a ação com direito a voto (ON) da Embratel Participações fechou com valorização (2,4%) dentre os 54 papéis que formam o Ibovespa. O papel da empresa já subiu 15,9% neste mês, embalado por diferentes rumores envolvendo o negócio da venda do controle da Embratel.
"Após os números sobre a atividade industrial e a declaração de Meirelles, o mercado descartou a possibilidade de a Selic cair neste momento. E boa parte do mercado passou também a ver chances mínimas de os juros recuarem em abril", diz Clive Botelho, diretor financeiro do banco Santos.
Todos os contratos DI (que seguem os juros interbancários) fecharam em alta na BM&F. No DI de prazo mais curto, a taxa foi de 16,17% para 16,19%. No contrato mais negociado, com prazo em janeiro, a taxa saltou de 15,48% para 15,73%. (FABRICIO VIEIRA)


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