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MERCADO FINANCEIRO
Presidente do BC pede atenção à inflação, e investidores descartam queda de juro; só ação da Embratel sobe
Bolsa cai 4,43% com declaração de Meirelles
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado financeiro sepultou
ontem a expectativa em torno da
possibilidade de a taxa básica de
juros vir a ser reduzida na semana
que vem. Como resultado, a Bovespa despencou 4,43%, o terceiro pior pregão no ano. Juros futuros, dólar e risco-país subiram.
O movimento negativo começou ainda na manhã de ontem,
após a divulgação do resultado da
produção industrial de janeiro.
Uma declaração do presidente do
BC, Henrique Meirelles, que sinalizou que o Copom (Comitê de
Política Monetária) manterá sua
posição conservadora na reunião
da próxima semana, intensificou
o mau humor dos investidores.
No fim da tarde, o resultado da
primeira prévia do IGP-M de
março, que ficou em 0,66%, terminou de azedar o mercado.
O dólar subiu 0,66%, para R$
2,902. Foi a primeira vez no mês
que a moeda fechou acima de R$
2,90. O risco-país registrou alta de
3,2%, fechando aos 550 pontos.
Os C-Bonds tiveram queda de
1,45%, para US$ 0,9713.
Em Nova York, o presidente do
BC afirmou que o país tem de ficar muito atento à inflação e que o
governo considera a estabilidade
nos preços como precondição para o crescimento da economia
brasileira. Para o mercado, a declaração significou que o Copom
não vê motivos para alterar sua
posição cautelosa, ou seja, manterá a Selic nos atuais 16,5% ao ano.
Sem taxas de juros menores, o
mercado de ações perde em atratividade para aplicações que
acompanham os juros, como os
fundos DI e de renda fixa.
Apenas a ação com direito a voto (ON) da Embratel Participações fechou com valorização
(2,4%) dentre os 54 papéis que
formam o Ibovespa. O papel da
empresa já subiu 15,9% neste
mês, embalado por diferentes rumores envolvendo o negócio da
venda do controle da Embratel.
"Após os números sobre a atividade industrial e a declaração de
Meirelles, o mercado descartou a
possibilidade de a Selic cair neste
momento. E boa parte do mercado passou também a ver chances
mínimas de os juros recuarem em
abril", diz Clive Botelho, diretor
financeiro do banco Santos.
Todos os contratos DI (que seguem os juros interbancários) fecharam em alta na BM&F. No DI
de prazo mais curto, a taxa foi de
16,17% para 16,19%. No contrato
mais negociado, com prazo em
janeiro, a taxa saltou de 15,48%
para 15,73%.
(FABRICIO VIEIRA)
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