São Paulo, quinta-feira, 11 de março de 2004

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Diretor italiano no FMI reage com ceticismo

DE WASHINGTON

Pier Carlo Padoan, diretor-executivo do FMI e representante da Itália na instituição, afirma que será preciso "esperar para ver" se a Argentina cumprirá sua promessa de levar adiante, em novas condições, sua negociação com os credores privados.
Na primeira revisão do atual acordo, no final de 2003, a Itália se absteve de votar a favor da Argentina com outros sete países. Leia entrevista que Padoan concedeu à Folha. (FCz)
 

Folha - A negociação com a Argentina entrou em uma nova fase positiva?
Pier Carlo Padoan -
A revisão ainda não foi discutida no comitê executivo. O que temos por enquanto é uma carta de intenções que, espero, demonstra que os argentinos estão dispostos a negociar com boa-fé com seus credores. É algo que não tínhamos no passado. Esse é um ponto positivo, mas teremos que esperar para ver, na prática, como isso vai evoluir. A Argentina fez uma única proposta a seus credores no ano passado e nunca mais negociou. A promessa das autoridades argentinas deve agora ser seguida por fatos. Isso é o que o governo da Itália tem dito claramente em várias ocasiões.

Folha - O chefe-de-gabinete argentino, Alberto Fernandez, disse hoje (ontem) que não haverá nova proposta.
Padoan -
Isso é totalmente contraditório com o que esperamos. Negociar implica mudar de visão sobre algo, não adotar uma posição unilateral. É preciso uma oferta que satisfaça os dois lados. Se os argentinos estão dizendo isso, temos um problema, pois é totalmente diferente do que assinaram na carta de intenções.


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