São Paulo, quinta-feira, 11 de março de 2004

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País inicia "corrida" para negociar dívida

DA REPORTAGEM LOCAL

A despeito das declarações do governo, que alardeia vitória em suas tratativas com o FMI (Fundo Monetário Internacional), analistas argentinos consideram que, a partir de agora, a Argentina inicia uma outra corrida: a de firmar até junho um acordo com os credores de sua dívida externa.
Esse período é considerado chave pelo seguinte motivo: será quando começarão as negociações para as metas de superávit primário de 2005 e de 2006. Isso partindo do pressuposto de que a Argentina pretenda renovar o acordo, que expira em setembro. Terceiro maior devedor individual do Fundo, o país deve à instituição US$ 16,3 bilhões até 2008.
"Não cabe a discussão sobre quem cedeu ou não para chegar a um acordo", diz Daniel Artana, economista da Fundação Fiel. "O que interessa é avançar na reestruturação da dívida. Os pontos estabelecidos nesse novo acordo com o Fundo visam apressar a renegociação com os credores."
Pelo acordo, o FMI deixou de estabelecer um patamar mínimo de 80% de adesão de credores a uma proposta da Argentina. O texto diz que o governo tentará adesão "mais alta possível".
Por ora, parece existir um item de convergência entre os economistas: a proposta de honrar apenas 25% dos US$ 88 bilhões que o país diz dever a seus credores privados dificilmente terá grande adesão. "É uma proposta ridícula. E mais ridículo é o governo dizer que é inegociável", diz Jorge Ávila, do Centro de Estudos Macroeconômicos da Argentina.


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