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ENERGIA
David Zylbersztajn diz que índice na cidade chega a 9%, ante 4% em outros lugares; agência terá plano "em breve"
SP tem mais gasolina adulterada, diz ANP
JOÃO SANDRINI
DA FOLHA ONLINE
O diretor-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo), David
Zylbersztajn, disse ontem que a
cidade de São Paulo apresenta o
índice mais crítico de adulteração
de combustível no Brasil.
"Em São Paulo, acreditamos
que a adulteração atinja entre 8%
e 9% do total consumido. Em outros lugares, o patamar é de 4%."
Zylbersztajn disse que a agência
não está satisfeita com esses volumes de adulteração e que "em
breve" vai lançar um novo programa de combate ao combustível modificado.
Ele não revelou quais seriam as
medidas e quando será lançado o
plano, mas disse que a estratégia
da ANP vai focar a fiscalização nas
distribuidoras.
O diretor-geral da ANP afirmou
que a agência não possui recursos
humanos suficientes para fiscalizar todos os postos do Brasil.
Abafo
Zylbersztajn e o presidente da
Petrobras, Henri Philippe Reichstul, tentaram abafar as divergências sobre o compartilhamento
do gasoduto Brasil-Bolívia.
A relação entre os executivos
azedou porque a ANP deve confirmar parecer anterior em que
garante à BG (antiga British Gas)
acesso ao gasoduto.
A Petrobras é sócia majoritária
do gasoduto e planeja recorrer à
Justiça para não ter de atender à
agência.
Em parecer preliminar, a ANP
havia concedido autorização à BG
para o transporte firme de 3 milhões de m3 de gás natural proveniente da Bolívia até o final de
2002. As duas empresas questionaram o parecer.
A BG solicita a extensão do prazo para 2003. A Petrobras se opõe
à abertura, sob o argumento de
que utilizará toda a capacidade de
transporte do gasoduto (30 milhões de m3) até o início de 2003.
Durante seminário realizado
ontem na Fiesp, em São Paulo,
Zylbersztajn chamou Reichstul de
"amigo" e fez questão de lhe dar
um abraço. Ele também negou
que exista um confronto com o
presidente da Petrobras. "Há uma
divergência que será resolvida."
O diretor-geral da ANP também
disse que sua decisão não vai prejudicar a Petrobras. "Se tiver capacidade, (a BG) terá acesso. Senão, não terá."
Nova proposta
Zylbersztajn também sugeriu
que seja possível atender às duas
partes aumentando a capacidade
do gasoduto de 30 milhões de m3
para 60 milhões de m3.
Reichstul concorda em que a
ampliação do gasoduto seja viável
economicamente, mas disse que
essa obra só seria concluída em
2005 ou 2006.
Ele admitiu que a Petrobras não
tem o monopólio do gasoduto,
mas lembrou que a empresa entrou com os recursos para sua
construção, assumiu "100% do
risco cambial do negócio" e ainda
emprestou dinheiro para a Bolívia
concluir a obra em seu território.
"Todo o risco do negócio foi
nosso, e agora que está pronto todo mundo quer entrar."
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