São Paulo, quarta-feira, 11 de abril de 2001

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COMÉRCIO LIVRE

Adesão à Alca faria PIB brasileiro crescer 0,3%, mas com europeus evolução seria de 1,06%, segundo a FGV

Acordo com UE traz mais ganhos ao país, diz pesquisa

MARCELO BILLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Um acordo de liberalização comercial com a União Européia seria mais vantajoso para o Brasil do que a adesão do país à Alca (Área de Livre Comércio das Américas).
É isso que sugere uma pesquisa elaborada pela FGV-RJ (Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro) sobre os impactos que uma queda generalizada das tarifas de importação teria sobre as economias dos países do Mercosul.
A pesquisa foi apresentada ontem, parcialmente, pela pesquisadora Lia Valls Pereira. Segundo o trabalho, com a adesão à Alca, o PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas em um ano) brasileiro teria acréscimo de 0,3%. Com um acordo com a UE, o impacto seria de 1,06%.
No caso do fluxo de mercadorias, uma zona de livre comércio entre os 34 países da América elevaria as exportações brasileiras de produtos industriais em 8% e as de produtos agrícolas em 6%.
O setor industrial seria menos beneficiado por um acordo com a União Européia e veria suas exportações subirem cerca de 0,5%, ou mesmo enfrentar queda de 2%. Em contrapartida, um acordo com os europeus faria as exportações de produtos agrícolas crescerem 19%.
O comportamento das importações brasileiras de produtos industriais seria parecido nos dois casos: elas cresceriam 10% no caso da Alca e 11,5% no caso de um acordo com a União Européia.
A diferença fica por conta dos produtos agrícolas, cujas importações cresceriam 6,3% se as tarifas entre os países da América fossem zeradas e cairiam 0,9% caso o Brasil formasse uma zona de livre comércio com a Europa.
O estudo considerou 50 produtos e 45 regiões e, portanto, não engloba todas as áreas que poderiam passar por transformações com a abertura comercial.A pesquisa é apenas um exercício estatístico e não pode ser considerada como uma previsão do que acontecerá caso as zonas de livre comércio sejam implantadas.


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