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CONSUMO
Lotes do estoque passam a ter laudo de sanidade
Governo vai eliminar 17.474 sacas de café contaminado por toxina
BRUNO BLECHER
EDITOR DO AGROFOLHA
O Ministério da Agricultura
anunciou ontem que vai destruir
17.474 sacas de café dos estoques
do governo. O produto está contaminado por ocratoxina, composto tóxico produzido por fungos que, além de causar danos aos
rins, pode provocar alguns tipos
de câncer.
As análises do café dos estoques
foram iniciadas em setembro último, em operação cercada de sigilo. O governo temia que a divulgação pudesse derrubar os preços
do café no mercado externo.
Na Europa, os compradores de
café rejeitam produtos que apresentem níveis acima de 5 ppb
(partes por bilhão) da toxina.
Em novembro último, o Ministério da Agricultura desmentiu
notícia publicada pela Folha de
que estaria preparando a queima
de 400 mil sacas contaminadas. O
ministério afirmou que a notícia
era "mera especulação, possivelmente com o objetivo de influir
nos mercados internacionais".
Documento ao qual a Folha teve acesso, porém, mostrou que a
primeira análise, concluída em
novembro, indicava que 83 amostras (equivalentes a 400 mil sacas)
continham índices de contaminação acima de 5 ppb.
O ministério decidiu realizar
uma nova análise, visando identificar com maior precisão as sacas
contaminadas para reduzir o volume de café a ser destruído.
Pedro Camargo Neto, secretário
de Produção e Comercialização
do Ministério da Agricultura, disse que a política agora será de
transparência. "O café ofertado
em leilões oficiais passará a ter
laudo de sanidade.
A suspeita da contaminação dos
estoques foi levantada em setembro de 2000. Mas isso não evitou a
realização de leilões para abastecer o mercado interno. Mais de
300 mil sacas foram vendidas -e
consumidas- desde então.
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