DA REPORTAGEM LOCAL

Animado pela notícia de que o governo brasileiro faria nova captação no mercado externo, o dólar caiu mais 0,70% ontem e fechou a R$ 2,264 -o menor valor desde os R$ 2,258 registrados em 10 de maio de 2001.
Pela manhã, o dólar chegou a subir 0,6%, com o mercado descontente com o resultado da pesquisa Datafolha que mostrou que Lula subiu na preferência dos eleitores e também lidera o 2º turno nas intenções de voto.
O Banco Central não forneceu o valor nem a data da operação. De acordo com os analistas do mercado, a oferta seria da ordem de US$ 1 bilhão. A operação será comandada pelos bancos JP Morgan e Morgan Stanley.
A intenção do governo é emitir, em 2002, até US$ 5 bilhões em papéis no mercado internacional para cobrir as necessidades de financiamento do país. Neste ano, o Brasil já fez três emissões de títulos no mercado externo -a mais recente foi em março, quando vendeu 500 milhões de títulos em euros.
A notícia já era esperada pelo mercado, mas a confirmação ajudou a acalmar os ânimos e inverter a tendência de alta da moeda.
Também colaborou para a queda da cotação da moeda norte-americana o sucesso do "swap" de títulos cambiais casado com LFTs (Letras Financeiras do Tesouro). O Banco Central emitiu 700 mil LFTs, com deságio de 0,35%, e vendeu 9.067 títulos do total de 12 mil ofertados em contrato de "swap" cambial.
A Bovespa também teve um bom dia ontem. A decisão do PFL de retomar as votações no Congresso trouxe alívio e a volta da expectativa para a aprovação do fim da CPMF na compra de ações. O Ibovespa subiu 1,67%, com negócios de R$ 511,221 milhões.
Ações de bancos e do setor elétrico foram os destaques de alta do dia. Com a desobstrução da pauta de votações no Congresso, volta a expectativa para a aprovação de medida provisória que autoriza o aumento de tarifas para compensar as perdas das empresas do setor com o racionamento de energia do ano passado. Os papéis dos bancos foram alvo de compras de estrangeiros.
Cemig PN e Embraer PN tiveram a maior alta do dia -ambas subiram 5,7%. Itaú PN subiu 3,4% e Unibanco PN, 3,3%.
(ANA PAULA RAGAZZI)