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Agricultores se dividem sobre viabilidade
DA REPORTAGEM LOCAL
A possibilidade de lucrar fazendo cortes na produção atrai alguns sojicultores brasileiros, mas
deixa outros em dúvida.
Até o momento, a Focus on Sabbatical estima que haja aproximadamente 200 sojicultores interessados nos Estados do Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso.
Para o produtor Geraldo Henrique Morfink, 34, dono de uma
propriedade de 840 hectares em
Ponta Grossa (PR), a idéia de participar do programa é tentadora.
Com uma rentabilidade de R$
280 por hectare plantado, o produtor diz acreditar que o aumento
mundial da produtividade da soja
tenha sido o responsável pela
queda nos preços. Logo, com uma
redução da oferta do produto, os
preços seriam mais satisfatórios.
Caso o projeto seja implantado no
país, o produtor estaria disposto a
reduzir sua produção em até 20%.
Com três décadas de experiência no cultivo de soja, João Conrado Schimidt, 55, outro produtor
da região, é mais cauteloso em relação à aplicabilidade da proposta. Apesar de considerar que o
corte na produção possa aumentar os preços, para Schimidt, a implantação da idéia no país será difícil. Segundo ele, a falta de uma liderança forte entre os produtores
é um dos principais entraves para
uma eventual concretização do
programa.
A Focus on Sabbatical diz pretende iniciar suas atividades em
2003. Para isso, entretanto, é preciso que pelo menos um terço dos
produtores mundiais integrem o
projeto. No Brasil, a ONG necessitaria da adesão de 10% a 15% dos
240 mil produtores de soja estimados no país.
Segundo a ONG, para os participantes brasileiros, a taxa única de
adesão ao programa é de R$ 400.
O valor é inferior aos U$ 250
(aproximadamente R$ 566), cobrados dos produtores norte-americanos e canadenses. Nos EUA e no Canadá, a Focus diz ter cerca de 5.000 membros.
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